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Brasília

Tímida, mas abusada

Arquivo Geral

16/07/2007 0h00

Jade Barbosa pode se tornar hoje a ginasta mais completa do Pan. Ela disputa o título individual geral da ginástica artística, quando a atleta soma notas nos quatro aparelhos (solo, salto, trave e barras paralelas assimétricas), a partir das 16h, na Arena Olímpica, em Jacarepaguá. Outras brasileiras na prova são Laís Souza e Daniele Hypólito, classificadas na quarta e sexta posições, respectivamente.

Longe de pressão, Jade, de apenas 16 anos, foi o destaque da competição por equipes, no sábado, obtendo as melhores notas do Brasil em três dos quatro aparelhos. Só foi superada por Laís nas barras paralelas assimétricas.

Em seu primeiro Pan, a garota tímida e emotiva levou o público à loucura. E chega à decisão individual com a segunda melhor pontuação (60.650), atrás da norte-americana Shawn Johnson (61 850), também estreante, de 15 anos, e atual campeã nacional no individual geral.

Para a decisão, Jade promete séries ainda mais fortes. “Sempre tem uma coisa que a gente pode melhorar.”

A primeira medalha pan-americana em seu currículo deixou a atleta ainda mais segura: “Nunca tinha ido tão bem com um ginásio tão grande e cheio. Gostei muito da minha competição. O resultado (prata) foi importante para avaliar a equipe, pois daqui a dois meses temos o Mundial Pré-Olímpico (na Alemanha).”

O objetivo da atleta é seguir os passos de Daiane, Daniele e Laís, que já representaram o País em Jogos Olímpicos. “Acho que estou no caminho certo”. Mas sabe que ainda precisa administrar o lado emocional. “Realmente choro muito, sou emotiva. Mas sou feliz fazendo ginástica e quero mostrar isso para as pessoas.”

Daiane
A estrela da seleção vive um dilema. Por causa do Mundial da Alemanha, classificatório para Pequim-2008, Daiane não definiu se irá competir na final do solo, amanhã. Na apresentação por equipes, torceu o tornozelo esquerdo. Há uma semana, havia sofrido uma entorse no direito.

Saiu do tablado chorando e não participou da prova de salto. “O atleta tem de saber a hora de parar. Não estava conseguindo correr depois do solo. Tinha a Ana Cláudia para entrar e ela estava aqui para isso”, desabafou.

Daiane passou o domingo na fisioterapia. “Vou esperar até amanhã (segunda-feira) para ver se consigo participar do solo”. Ela explica que o choro no fim da prova foi por dois motivos. “A dor (no pé) e a emoção por ter terminado a minha série”. A torção no pé esquerdo, segundo Daiane, não é novidade. No ano passado, teve problema de tendão. “Comecei a compensar a dor do tornozelo direito (machucado na semana passada) no pé esquerdo”, explica.

Homens decepcionam

Apesar de ter classificado o número máximo de ginastas para a final do individual geral nos Jogos Pan-Americanos do Rio, o Brasil terminou sem medalhas na competição. Ontem, na Arena Olímpica do Rio, Luis Augusto dos Anjos, o Guto, e Mosiah Rodrigues, terminaram, respectivamente, na oitava e nona posição geral. Victor Rosa, também qualificado, não pôde competir por causa de uma lesão.

O título ficou com o venezuelano Jose Fuentes, medalha de prata nos Jogos Sul-americanos de 2006 com 90.450 pontos. Em segundo ficou Jorge Hugo Giraldo, campeão nos Jogos Sul-americanos, com 89,450, seguido pelo norte-americano Guillermo Alvarez com 87,900. Os brasileiros marcaram 86,350 e 86,050, respectivamente.

Ao contrário de sábado, quando a fraca presença do público decepcionou até mesmo os ginastas brasileiros, o número de torcedores para acompanhar a final de ontem foi melhor. Mesmo assim, a Arena ficou longe de estar cheia.

Pior para os argentinos que tiveram de agüentar a cantoria da torcida entoando “3 x 0” em alusão ao resultado do jogo da final da Copa América. E esta não foi a única prova de que o público estava mais para estádio que para Arena. Insatisfeitos com as notas dos brasileiros entoavam o clássico: “juiz ladrão, porrada é a solução”.

Apesar de tudo, os meninos foram aplaudidos no final pela garra.

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