Menu
Brasília

Técnico brasileiro conclui: falta experiência internacional no hóquei sobre grama

Arquivo Geral

15/07/2007 0h00

Formada às pressas para a disputa dos Jogos Pan-americanos e sem nenhuma tradição em hóquei sobre grama, a equipe brasileira não teve como escapar da sina de uma derrota acachapante diante da Argentina, atual campeã mundial e medalhista de bronze nas Olimpíadas de Atenas-2004. Na partida desta manhã, no Complexo Deodoro, o Brasil levou nada menos que 21 gols e não conseguiu marcar nenhum.

Embora a derrota fosse mais do que esperada, o técnico Eduardo Martins Júnior acredita que sua equipe podia ter um resultado menos ruim se tivesse mais experiência internacional. “Tivemos alguns erros de posicionamento, até pela falta de experiência da maioria de nossas jogadoras. Temos poucas partidas internacionais, algumas disputaram hoje sua primeira partida internacional. Temos muito a melhorar, mas só com a sequência de trabalho com essa equipe”, comentou.

Até mesmo o presidente da Confederação Brasileira de hóquei sobre a grama, Sidnei Rocha, confirmou que já esperava pela goleada na manhã deste domingo. “É gritante a diferença entre brasileiras e argentinas hoje no hóquei. É como comparar um Volkswagen com um Fórmula 1. Só temos um ano e meio, dois anos de treinamento. Já algumas argentinas têm mais de 15 anos praticando. Lá o hóquei sobre a grama é matéria obrigatória em algumas escolas”, contou o dirigente.

Embora o Rocha ressalte o período de treinamento, na realidade a equipe brasileira pouco esteve junta antes dos Jogos. Depois de um longo período de preparação, as jogadoras osquestraram uma greve por discordâncias com a Confederação Brasileira. Como consequência, a grande maioria acabou cortada. O grupo que disputa o Pan saiu de uma seletiva realizada poucos meses antes.

Diante desta realidade, as jogadoras confessaram que tinham apenas em mente evitar uma diferença muito grande de gols, mas não conseguiram o objetivo. “A gente sempre tem o objetivo de ganhar quando entra para jogar. Hoje queríamos levar menos gols (16) do que da última vez que a enfrentamos, mas infelizmente isso não foi possível”, afirmou Mariana Bonifacino.

Muito cansadas após o jogo disputado sob forte calor, as brasileiras garantem que a elástica derrota não vai influenciar a seleção para seus próximos compromissos. Na terça-feira, o adversário é o Chile. “A Argentina tem um time muito acima do nosso, mas não entramos com o espírito derrotado. Fizemos o máximo que pudemos, mas infelizmente isso não foi possível para evitar este placar. Mas ainda temos outros jogos para buscar resultados melhores”, garantiu Tatiana Machado.

Apesar de evitar qualquer provocação às brasileiras, as argentinas admitiram o favoritismo que possuíam para o confronto na estréia do Pan. Principal nome da equipe portenha, Luciana Aymar, destacou a seriedade com que elas entraram em campo para o duelo. “É claro que há muita diferença entre Argentina e Brasil, mas não bastava entrar lá e jogar. Tínhamos que ter atitude e isso nós tivemos”, afirmou Aymar, que comentou o fato de ser comparada a Maradona pela sua habilidade no hóquei. “É um luxo ser comparada ao Maradona, que é um ídolo para mim e para muitas pessoas do mundo”, completou a argentina de 29 anos, que confirmou que deverá abandonar o esporte após os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado