Para o brasileiro César Castro, ficar à frente do norte-americano Troy Dumais na final do trampolim de 3m de saltos ornamentais nos Jogos Pan-americanos foi uma surpresa. “Se saísse daqui com um bronze sairia feliz”, confessa o atleta, que somou 492,70 pontos contra 484,25 do norte-americano, medalhista de bronze. O título ficou com o líder do ranking mundial e atual bicampeão pan-americano Alexandre Despatie, do Canadá. Despatie somou 503,65 pontos em seus seis saltos.
Feliz com sua apresentação, Castro afirmou que a prata tinha sabor de ouro. “Sabemos que o grande favorito é o bicampeão pan-americano”, disse, olhando para Despatie. “Se ganhasse dele aqui seria uma surpresa. Ganhar do Troy já foi uma surpresa”.
Avaliando sua pontuação, o brasileiro lembrou que teria conseguido a medalha de bronze no Mundial deste ano, realizado em Melbourne, na Austrália. “Este resultado é bom para me motivar”, afirmou. “Hoje foi bom para caramba. Acho que foi a melhor pontuação da minha vida”, comemorou, minimizando a interferência do vento nas apresentações. “O vento atrapalhou, mas estávamos todos preparados”.
O campeão Despatie concorda que a ventania teve pouca influência na disputa. “Fui muito consistente e Troy e César estiveram fantásticos. Esta foi uma competição de alto nível, bem como eu gosto”. Número 3 do ranking mundial, Dumais também gostou da competitividade dos oponentes. “Brigamos salto por salto e fizemos nosso melhor aqui”.
Na primeira rodada de disputas, Castro terminou na primeira colocação com Dumais em segundo, empatado com o cubano Jorge Betancourt, e Despatie na seqüência. O norte-americano assumiu a liderança na rodada seguinte, seguido pelo brasileiro e pelo canadense.
O brasileiro voltou a liderar na terceira rodada com Despatie ultrapassando Dumais na classificação. No quarto salto, o canadense assumiu a liderança, Castro passou ao segundo lugar e Dumais permaneceu na mesma colocação, situação que permaneceu inalterada até o fim da disputa.
Nos últimos saltos, Despatie teve de lidar com as vaias do público que compareceu ao Parque Aquático Maria Lenk, mas não se incomodou. “Foi a primeira vez que isto me aconteceu”, admitiu. “Mas não fico ofendido. Sei que os sul-americanos são grandes incentivadores do esporte e este foi um teste para minha concentração”.
Dumais, que também chegou a ser vaiado, foi ainda mais complacente com as manifestações da arquibancada. “Esta torcida é maravilhosa, gostei muito do Brasil. Eles passam uma energia boa e isto ajuda os competidores”.
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