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Brasília

Sem Guga, nova geração do tênis tenta se firmar em casa

Arquivo Geral

12/07/2007 0h00

Desde que Fernando Meligeni se aposentou conquistando a medalha de ouro sobre Marcelo Ríos na final dos Jogos Pan-americanos de Santo Domingo, em 2003, o tênis brasileiro tem se dividido em duas vertentes. De um lado, Gustavo Kuerten luta para recuperar a confiança e conseguir retornar às quadras, onde já foi o melhor do mundo; do outro, nomes como Thiago Alves, Flavio Saretta, Ricardo Mello e Marcos Daniel tentam a afirmação no circuito, sempre com dificuldades para se manterem entre os cem melhores do mundo.

Pois a segunda vertente ganhou mais suporte com as dificuldades que Guga tem apresentado para atuar desde abril, quando disputou sua última partida oficial. Sem chances de jogar o Pan, o tricampeão de Roland Garros acabou perdendo a vaga na chave masculina do Rio para Saretta, Daniel e Thiago, levando em consideração a experiência internacional do trio, os desempenhos recentes e a presença de cada um deles no ranking de entradas da ATP, sempre brigando por uma vaga entre os melhores do mundo e pelo posto de melhor do Brasil.

“Foi muito difícil escolher três jogadores, dado o grande equilíbrio entre nossos principais tenistas. Chamamos o Saretta pela experiência em competições importantes; o Thiago e o Marcos, porque têm estado sempre entre os melhores do Brasil e merecem uma oportunidade de defender o país”, explicou Chico Costa, capitão da equipe masculina, no ato da apresentação dos três no dia 14 de junho, quando acabou com a novela Guga. “Conversamos com o Guga e ele ainda não está pronto para jogar.”

Entre as duplas, porém, a escolha do trio pode ter se mostrado um tanto quanto precipitada. Como a prioridade na definição foi para jogadores bem posicionados no ranking de simples da ATP, nomes como os dos mineiros André Sá e Marcelo Melo – semifinalistas em Wimbledon – acabaram ficando fora de cogitação. No lugar do conjunto, Chico Costa irá improvisar uma dupla entre os três convocados.

E é exatamente a experiência internacional (ou a falta dela em maior nível) que pode dificultar o papel do jovem trio de repetir em casa do desempenho de Fininho na República Dominicana. Embora não venham com força máxima, EUA e Argentina devem comparecer à competição como principais favoritos à medalha de ouro. Os argentinos, com pelos menos dez nomes entre os cem melhores do mundo, já anunciaram que irão poupar astros como Guillermo Cañas e Juan Ignácio Chela para apostarem em nomes fora das 900 primeira colocações da lista da ATP.

Os norte-americanos, com certo suspense, também resolveram poupar jogadores profissionais e apostar em jovens do tênis amador. Sem chances de contar com Andy Roddick e James Blake nas quadras do Marapendi, a torcida carioca terá que se contentar com as presenças, por exemplo, de Paul Todd e Steve Bass. Melhor para o trio brasileiro.

As chances de medalhas do Brasil estão mais seguras na beirada do pódio, na briga pelo bronze. A disputa poderá ficar restrita a chilenos, peruanos, brasileiros e canadenses, em uma lista que terá concorrentes mais periféricos, como Adrian García, Horacio Zeballos e Ivan Miranda. Se não tropeçarem, os brasileiros podem ter esperanças.

Esperanças que devem ser proporcionalmente um pouco menores entre as mulheres. Em um cenário quase amador, sem contar com tenistas entre as 200 melhores do mundo, as brasileiras têm com a possibilidade de subirem ao pódio exatamente pela falta de concorrentes. Escolhidas por critérios diferentes dos masculinos (e também entre elas), Jenifer Widjaja, Joana Cortez e Teliana Pereira terão a dura missão de conquistar bons resultados para o Brasil no Rio.

Menos mal é que, se depender dos retrospectos, as três aparecem bem cotadas. A experiente Joana conquistou medalhas de ouro nas duas últimas edições da competição, o que valeu a ela a escolha por critério técnico da comissão técnica. Jenifer recebeu um voto de confiança por ser a melhor tenista do país na atualidade nos rankings da WTA, enquanto Teliana faturou a seletiva realizada em Curitiba no começo de junho. “Estou ansiosa para fazer uma seqüência de torneios maiores, mais fortes. Acredito que estou pronta para esse nível de competição e o crescimento só vem com novos desafios”, afirmou a alagoana Teliana, única representante de seu estado na competição e que completa 19 anos durante o torneio.

Comandadas pela comissão-técnica formada pelo capitão Didier Rayon e pelos auxiliares Alexandre Hocevar e Renato Messias, as três conquistaram a confiança dos professores. “Foi uma decisão difícil, principalmente por termos quarto ou cinco tenistas muito perto umas da outras”, advertiu Rayon, cujas tenistas devem sofrer com as mesmas concorrentes dos homens: EUA e Argentina despontam como favoritas a brigarem pelo pódio, com nomes como o da venezuelana Milagros Sequera com chances.




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