Por Vítor Ventura
A noite desta segunda-feira (6) foi marcada pelo reconhecimento da criatividade e do trabalho manual no Distrito Federal. Promovidos pelo Sebrae, o Prêmio Brasília de Artesanato e o Prêmio Brasília Manualistas condecoraram artesãos brasilienses como uma forma de fortalecer a economia criativa na capital, estimular a inovação e promover novas oportunidades para o artesanato. O Jornal de Brasília acompanhou a cerimônia de premiação, que aconteceu na CASACOR.
Os prêmios são uma forma de destacar o artesanato como uma força vital para o desenvolvimento criativo e cultural, valorizando a diversidade e a inovação. Participaram da premiação artesãos e manualistas de diversas regiões administrativas do DF. Além do Sebrae-DF, a iniciativa contou com o apoio da Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur/DF) e do Instituto BRB.
No Prêmio Brasília de Artesanato, que está na 5ª edição, foram quatro categorias: Artesão de Excelência, para aqueles que se destacam pela vasta experiência e contribuição para a valorização do artesanato em Brasília; Artesão, para os detentores do conhecimento técnico sobre o trabalho manual; Artesão Iniciante, para quem está no início da profissão; e Artesão Contemporâneo, para aqueles que produziram trabalhos inovadores e criativos. Já no Prêmio Brasília Manualistas, na 4ª edição, a categoria foi única.
Para cada categoria, foram premiados artesãos e manualistas do terceiro ao primeiro lugar. Além do reconhecimento e da entrega de um troféu simbólico, também houve premiação em dinheiro. Aqueles que ficaram em terceiro lugar receberam R$ 4 mil, em segundo lugar, R$ 6 mil e em primeiro, R$ 10 mil.
Para Rosemary Rainha, superintendente do Sebrae-DF, a premiação foi uma maneira de mostrar o trabalho e a arte dos artesãos brasilienses. “Os trabalhos mostram que Brasília já tem sim o seu artesanato próprio”, destacou. A diretora técnica do Sebrae-DF, Diná Ferraz, ressaltou que a cada ano, o número de artesãos e manualistas cresce na capital. “Nesse ano foram 405 participantes. É um processo levado muito a sério e com muita responsabilidade. Com esse projeto, a gente quer dar visibilidade ao micro e ao pequeno empreendedor, ao artesão e ao manualista”, afirmou.
Paulo Henrique Costa, presidente do Banco de Brasília (BRB), também prestigiou as cerimônias e comentou sobre o orgulho da instituição em apoiar as premiações. “O BRB, como um banco de Brasília, vai continuar investindo e apoiando iniciativas que não apenas geram desenvolvimento econômico, mas também valorizam a cultura e a identidade da nossa cidade”, assegurou. Representando a Setur/DF, Franklin da Cruz Martins, subsecretário de Programas e Ações Integradas às Regiões Administrativas, ressaltou a importância da união entre as instituições para o avanço do setor. “A gente nota um artesanato mais forte, peças com excelente acabamento e outras particularidades. E nós queremos que continue assim”, destacou.
Premiados
No evento, foram expostas 98 peças feitas pelos premiados. Segundo o Sebrae-DF, todos os trabalhos foram julgados por uma equipe de diversos profissionais até que os vencedores foram escolhidos. Seguindo bem a proposta do projeto, as produções eram variadas e envolviam muita criatividade e paixão pelo artesanato. Adriano Rodrigues, de Ceilândia, venceu na categoria Artesão Contemporâneo. Em sua primeira vez participando do prêmio, ele relatou a felicidade de ter o trabalho reconhecido. “Foi um prazer e uma alegria imensa participar desse evento que abrilhantou o cenário da nossa capital com o artesanato. É a nossa identidade, somos artesãos, somos artistas”, contou Adriano.
Com um trabalho de cutelaria, que diz respeito à produção de instrumentos de corte, como facas, Adriano juntou a precisão da produção manual com a inovação e a criatividade. Ele explicou que utilizou uma técnica japonesa chamada San Mai, que usa camadas de aço para garantir flexibilidade e beleza à peça. “Eu demorei quatro meses para fazer esse trabalho. Esse prêmio é a cutelaria artesanal e brasiliense sendo reconhecida”, disse Adriano.
Outra que também saiu vencedora da premiação foi Gabiane Castro da Silva, que ganhou na categoria de manualista. Moradora do Riacho Fundo, ela contou ao JBr que essa foi a segunda vez que ela venceu o prêmio, sendo a última no ano passado. “Estar aqui no segundo ano participando do Prêmio Brasília Manualistas e poder levar para casa de novo esse troféu é uma honra imensa”, relatou Gabiane. Ela também contou que um evento como esse é uma oportunidade única para expor um trabalho árduo e mostrar o poder do artesanato. “Realmente eu só tenho a agradecer todas as pessoas que estiveram aqui hoje”, contou.
Mas a noite não foi especial apenas para os vencedores dos prêmios. Quem ficou em segundo e em terceiro também comemorou muito a conquista. Do Recanto das Emas, Maria de Jesus Pereira estava eufórica com a família por conseguir o terceiro lugar na categoria de Artesão Contemporâneo. Com a obra “Luminária Rodopio”, ela juntou o crochê e a sustentabilidade ao utilizar materiais recicláveis. “Foi muito gratificante participar desse prêmio porque foi uma coisa inesperada por ser o primeiro ano que eu participei”, relatou Maria.
Do mesmo jeito estava Aparicia Porto Noleto, moradora do Cruzeiro Novo, que conquistou o segundo lugar na categoria Artesão. “, destacou Aparicia. A artesã destacou em seu trabalho a beleza do cerrado e a precisão da costura. “Foi uma honra representar essa categoria porque é uma arte milenar, tanto o bordado à mão como o trabalho manual do artesão”, afirmou Aparicia.
Confira os vencedores das premiações do Sebrae no DF:
Artesão de Excelência
- 1º Lugar: Joao Vinicius de Moraes Nascimento (Gama) – Título da obra: Cocar “Cidade Semente”
- 2º Lugar: Mariana Nunes de Oliveira Damasceno (Sobradinho) – Título da obra: Cerrado Brasiliense Contemporâneo
- 3º Lugar: Bianca Barbosa Santana Nascimento (Águas Claras) – Título da obra: Renascendo das Cinzas! “Viva o Cerrado”
Artesão Contemporâneo
- 1º Lugar: Adriano Rodrigues Lima (Ceilândia) – Título da obra: Carneiros em Combate – Cutelaria do Cerrado
- 2º Lugar: Luís Felipe Laraia Vieira Figueiredo de Almeida Silva (Sobradinho) – Título da obra: Arandela Buriti Solitário
- 3º Lugar: Maria de Jesus Pereira da Silva (Recanto das Emas) – Título da obra: Luminária Rodopio
Artesão
- 1º Lugar: Maria do Socorro Alves de Melo (Riacho Fundo) – Título da obra: Caryocar Brasiliense (Pequi)
- 2º Lugar: Aparicia Porto Noleto Setubal (Cruzeiro Novo) – Título da obra: Cerrado Bordado a Mão
- 3º Lugar: Marlon Barbosa Maia (Núcleo Bandeirante) – Título da obra: Centro de mesa Alvorada
Artesão Iniciante
- 1º Lugar: Marcela Santos de Souza (Sobradinho) – Título da obra: Guardião dos Saberes do Cerrado
- 2º Lugar: Lemuel da Cruz Gandara (Guará) – Título da obra: Candombá
- 3º Lugar: Lucila Nunes de Vargas (Lago Norte) – Título da obra: Qual a cor do Cerrado?
Manualista
- 1º Lugar: Gabiane Castro da Silva (Riacho Fundo II) – Título da obra: Mãos ao Céu
- 2º Lugar: Cleide de Fatima Moreira do Livramento (Jardim Botânico) – Título da obra: De flor em flor o cerrado se enche de cor
- 3º Lugar: Edna Maria de Sousa Coimbra (Vicente Pires) – Título da obra: Bag Cena
