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Brasília

Reta final nas obras do Autódromo Internacional de Brasília

Governador Ibaneis Rocha vistoria obras do Nelson Piquet e destaca investimento de R$ 100 milhões na modernização do espaço, que terá lazer, kartódromo e eventos automobilísticos

Amanda Karolyne

30/10/2025 14h38

Foto: Renato Alves/Agência Brasília

Foto: Renato Alves/Agência Brasília

Por Amanda Karolyne

O governador Ibaneis Rocha visitou as pistas do Autódromo Internacional de Brasília, que será reaberto para funcionamento com um megaevento para o público do DF.

Um novo capítulo na história do automobilismo da capital será escrito em novembro. Após 11 anos de portas fechadas, o Autódromo Internacional de Brasília se prepara para voltar à ativa. O espaço será reinaugurado no dia 30 de novembro, com uma etapa nacional da Stock Car e um show de Bell Marques com entrada gratuita.

O GDF investiu cerca de R$ 60 milhões na primeira fase da modernização, recolocando a capital federal no circuito do automobilismo nacional.

Durante visita às obras do Autódromo Nelson Piquet, o governador Ibaneis Rocha destacou o avanço dos trabalhos e celebrou a superação dos entraves burocráticos que vinham atrasando o projeto. “Graças a Deus conseguimos ultrapassar essas barreiras e a empresa já iniciou as obras”, afirmou. Segundo ele, o percurso reformado coloca a pista de Brasília entre as melhores do país. Ibaneis explicou que as intervenções estão sendo executadas por etapas e que atualmente, a estrutura está na fase de paisagismo, e em seguida será iniciada a construção dos boxes. O governador ressaltou ainda que a intenção do governo é transformar o espaço em uma área de lazer aberta à população do Distrito Federal, com estrutura para caminhadas e passeios de bicicleta.

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Foto: Renato Alves/Agência Brasília

O chefe do Executivo também observou que pretende trazer para o espaço empreendimentos automobilísticos, como concessionárias de marcas e eventos de apresentação de veículos, com o objetivo de manter a cidade movimentada com atrações de várias modalidades todos os fins de semana, a partir de 2026. “Para nós, do GDF e do BRB, que é nosso parceiro nesse empreendimento, é uma alegria muito grande, porque é mais um espaço do Distrito Federal sendo revitalizado, assim como o Teatro Nacional e a Torre de TV, que estavam fechados há muitos anos. Neste caso, são quase 12 anos sem funcionamento do autódromo, e agora a gente devolve isso para a sociedade, para a população do DF”, afirmou.

A partir do dia 28, os carros da maior modalidade automobilística do Brasil, a Stock Car, estarão no autódromo. Segundo o governador, haverá um evento de apresentação dos veículos na cidade, seguido por três dias de atividades no local: dois dias de treinos e um de corrida. O encerramento contará ainda com o retorno de Bell Marques, que fez parte da memória afetiva dos brasilienses. “Principalmente daqueles que têm mais idade que lembram da antiga Micarecandanga”.

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Foto: Renato Alves/Agência Brasília

Vai ser realizado um show para a população no dia 30. “E a pedido nosso, o BRB também adquiriu os ingressos que serão distribuídos de forma gratuita para que toda população do DF tenha condições de estar presentes no sábado e no domingo”, comentou. Ibaneis também afirmou que vai liberar o Vai de Graça para facilitar o acesso de todos. “Também vamos fazer eventos com as escolas públicas do Distrito Federal, trazendo os alunos para conhecer o espaço.”

Ibaneis destacou que o investimento total nas obras no autódromo deve chegar a cerca de R$ 100 milhões, incluindo a construção de um kartódromo homologado para competições internacionais e uma arena de shows a céu aberto. Ele acrescentou que visa transformar aquele espaço em um polo de lazer e turismo capaz de gerar emprego e movimentar a economia local. Animado com o avanço das obras, o governador encerrou a visita em tom descontraído, elogiando o novo traçado da pista e dizendo que pretende voltar em breve para acelerar um carro de corrida.

O plano é que, durante a semana, a população possa usufruir da pista para caminhadas, passeios de bicicleta e outras atividades que mantenham o espaço movimentado. “Quanto mais movimento a gente tiver, mais a gente tira aqui do entorno a questão dos moradores de rua, das pessoas que utilizam essas áreas, principalmente na Asa Norte, para o tráfico de entorpecentes. A gente devolve a vida a uma área que estava abandonada na cidade”, ressaltou. Para Ibaneis, o principal objetivo da revitalização de pontos como o autódromo é justamente trazer mais vida para a capital.

Modernização da estrutura

Foto: Renato Alves/Agência Brasília
Foto: Renato Alves/Agência Brasília

O autódromo foi inaugurado em 1974 e esse projeto da gestão de Ibaneis é a primeira grande revitalização que o espaço recebe desde então. A obra conservou a característica original, mas modernizou a estrutura com por exemplo, a adição de uma tecnologia que evita o acúmulo de água nas linhas de drenagem, para ter mais segurança nas corridas. Com uma infraestrutura completa de 15.592 m², a pista tem 5.384 metros, 16 curvas, seis traçados, duas variantes e duas entradas de boxes.
O presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, explicou que as obras do autódromo foram divididas em três etapas. A primeira contempla a entrega da pista, garantindo condições adequadas para a realização de corridas. “Para que a gente possa reabrir o equipamento, permitir que a população venha se divertir, gerar emprego, renda e fortalecer Brasília como uma cidade do turismo”, destacou.

A segunda etapa prevê a construção dos boxes, com conclusão prevista para o início de 2026. Já na terceira, serão feitas ampliações e adições ao complexo. “O que a gente chama de Racing Center, um centro corporativo de eventos. Trabalhamos muito nessa primeira fase, que para nós é a mais importante de todas, pois qualificou a pista para o retorno das corridas. Procuramos preservar o traçado original — um pedido antigo dos pilotos e da população — e criar variações, como para MotoGP e o anel externo. Hoje temos três traçados que podem ser combinados em seis configurações diferentes, incluindo o circuito principal, com mais de 5.300 metros, apto a receber qualquer tipo de corrida nacional ou internacional, até o nível 2 da categoria”, explicou.

Para Paulo, este é um momento de grande celebração. A pista passou por nova terraplanagem, drenagem, requalificação do asfalto e instalação de novas barreiras de pneus e metálicas. Sobre a modernização do espaço, ele ressaltou que, além do traçado original, foram incluídas novas curvas. “Foi criada uma curva antes da reta final, e a curva da reta foi requalificada com cinco graus de inclinação. Somente o autódromo de Brasília tem uma curva com essa característica — algo técnico, mas que permite maior velocidade dos carros, com um desenho que suporta esse desempenho”, completou.

Paulo considera que a capital tem um vínculo histórico com o automobilismo. Não é à toa que, antes mesmo da entrega final da obra, o espaço já havia recebido 28 pedidos de datas para eventos. “Nas duas semanas posteriores a essa primeira corrida, já temos quatro pedidos de eventos, tanto durante a semana quanto nos finais de semana. Todo mundo aguardava ansiosamente esses 12 anos em que o autódromo ficou fechado, e a gente espera que ele seja não apenas um local de geração de emprego e renda, mas que consolide Brasília como uma cidade referência em lazer e diversão, além de se tornar uma fonte permanente de oportunidades ligadas ao automobilismo”, afirmou.

Paulo pontuou que a obra do autódromo já está 90% concluída, restando principalmente o paisagismo e pequenos ajustes de segurança. A pista está pronta e em fase de “cura” do asfalto, necessária para garantir desempenho e segurança. “Nossa expectativa é que até 15 de novembro tudo esteja finalizado. Serão disponibilizados 50 mil ingressos por dia para a primeira corrida, com acesso também ao show, e a pista já está preparada para muita velocidade e diversão”, afirmou.

Apoio ao Rio de Janeiro

Durante a visita ao Autódromo Nelson Piquet, o governador Ibaneis Rocha foi questionado sobre a ajuda oferecida ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, após a operação policial realizada no estado nesta semana. Ele afirmou ter se colocado à disposição, mas destacou que a estrutura de combate ao crime organizado nas favelas cariocas é diferente da realidade de Brasília.

Ibaneis lamentou a violência enfrentada pelos moradores do Rio e defendeu uma ação conjunta entre os governos estaduais e o governo federal. “Não adianta pensar que o problema está restrito ao Rio de Janeiro. Quando se aperta de um lado, o crime se desloca para outras regiões. Por isso, é preciso unir forças e reforçar o trabalho de fronteira, portos e aeroportos para enfrentar o tráfico e proteger nossos jovens”, afirmou o governador.

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