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Brasília

Queima de fogos de 12 minutos encerra Via Sacra do Morro da Capelinha

Arquivo Geral

30/03/2018 22h07

Kléber Lima

Rafaella Panceri
[email protected]

O Morro da Capelinha, em Planaltina, foi palco da Via Sacra Ao Vivo nesta sexta-feira (30), entre 16h e 20h. O público de cerca de 60 mil pessoas acompanhou o julgamento, a prisão, o sofrimento, a crucificação e a ressurreição de Jesus ao longo de uma ladeira com 1 km de extensão, aproximadamente. Em uma tenda exclusiva, havia intérprete de libras e um telão.

É tradição que, no fim da festa, haja uma surpresa após a saída de Jesus do sepulcro. Em 2018, o público vibrou com queima de fogos de 12 minutos. O personagem de Jesus apareceu “voando”, pendurado por cabos, no topo do Morro (veja vídeo).

Alvo dos olhares da multidão durante o espetáculo cênico, Marcelo Augusto, ator que interpreta Jesus, é brasiliense, advogado da Terracap e ex-morador de Planaltina. De acordo com a organização do evento, ele tem cabelo curto e precisou usar peruca para viver o papel.

Milena Guimarães, que interpreta Maria, também foi moradora da cidade de Planaltina e hoje vive em uma fazenda da região circunvizinha. Gledson Gratão interpreta Pôncio Pilatos neste ano. O papel de Maria Madalena é de Sandra Alves.

Os ensaios do grupo de atores começaram no Morro da Capelinha há 40 dias. Os papéis principais foram escolhidos pela diretoria de artes cênicas do grupo em audições prévias.

Os organizadores contam que os atores costumam fazer o mesmo papel por anos. Houve alguns que viveram o sofrimento de Jesus por 11, 12 ou até 13 anos. Marcelo Augusto está confirmado para o próximo ano, mas alterações são comuns. Pôncio Pilatos foi Judas Iscariotes em 2017, por exemplo.

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O espetáculo

Nos dois primeiros atos da Via Sacra Ao Vivo de Planaltina, iniciados por volta de 16h40, os atores encenaram o dilema de Herodes, César e Pilatos, autoridades responsáveis por decidir pela condenação ou absolvição de Jesus na história bíblica.

No terceiro ato da apresentação artística, o público acompanha o personagem de Pilatos julgando Jesus, ao lado de César e de um grupo de sacerdotes. Figurantes, que representavam o povo da época, optaram pela condenação e pela crucificação de Jesus.

Em frente ao palácio, ele foi açoitado, recebeu um manto vermelho, uma coroa de espinhos e um bambu, simbolizando a cruz. Iniciou-se, portanto, a Via Dolorosa, por volta de 17h.

A multidão de espectadores seguiu o personagem de Jesus com a cruz nas costas pelos metros restantes do Morro da Capelinha. Fez a oração do Pai Nosso em coro, enquanto assistia aos açoites e às quedas de Jesus. A caminhada, em ritmo lento, durou mais de duas horas, até chegar aos momentos finais.

Os episódios seguintes são conhecidos: Jesus é crucificado e ressuscita após três dias. O público vibrou no episódio da crucificação. Já era noite no Morro da Capelinha. A cena foi iluminada por canhões de luz, efeitos sonoros para imitar tempestade, além de fumaça.

O corpo de Jesus foi tirado da cruz ao som da canção Metade de Mim, de Chico Buarque. O momento foi de silêncio e comoção generalizados entre a plateia. Antes do momento da ressurreição, a Banda da Via Sacra divertiu o público.

Saiba mais

O grupo Via Sacra Ao Vivo de Planaltina tem 1.400 membros. A parte técnica tem 600 voluntários. O número de atores chega a 800. Nenhum deles é famoso ou recebe cachê. Porém, de acordo com a organização, há atores profissionais no elenco. A fila de espera para quem quer encenar a Via Sacra em Planaltina tem 300 pessoas atualmente. Novos membros são admitidos caso algum membro atual se desligue da equipe.

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