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Brasília

Projeto escolar estimula vivência e respeito à diversidade nas aulas de educação física

Alunos vivenciam desafios de pessoas com deficiência e aprendem a importância da cooperação, gentileza e respeito

Redação Jornal de Brasília

29/09/2025 15h06

Foto: Mary Leal/SEEDF

Foto: Mary Leal/SEEDF

Na última semana, a Escola Parque 303/304 Norte realizou o projeto “Diversidade na Educação Física: vivenciando as dificuldades das pessoas com deficiência e sua inclusão nas práticas esportivas”, em celebração ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, comemorado no domingo (21). A iniciativa busca transformar o olhar dos estudantes sobre acessibilidade e inclusão.

Conduzido pela professora e especialista em Psicomotricidade Relacional, Luciane Vaneli, o projeto envolve alunos com e sem deficiência em atividades que vão além do esporte tradicional. Durante as práticas, os estudantes simulam situações enfrentadas por pessoas com deficiência física, auditiva e visual, promovendo empatia e respeito dentro e fora da sala de aula.

“É fundamental que todos participem de forma colaborativa, aprendendo uns com os outros, o que promove o desenvolvimento social e emocional”, destacou Luciane Vaneli.

Entre os participantes, Bento Conti, 11 anos, contou sua experiência ao realizar atividades vendado: “Se eu encontrar uma pessoa com deficiência visual, vou primeiro perguntar se ela precisa de ajuda. E, se ela disser que precisa, eu ajudo.” Já Davi Lopes, 10 anos, participou do futebol de cinco, guiando-se pelo som da bola. “A gente precisa se ajudar o tempo todo. É uma experiência que mostra como uma pessoa com deficiência visual se sente no dia a dia”, relatou.

Combate à invisibilização e interdisciplinaridade

Este ano, o projeto ganhou caráter interdisciplinar, envolvendo educação física, artes, teatro e musicalização. Antes das atividades práticas, os estudantes receberam aulas teóricas sobre inclusão, artistas com deficiência e combate ao capacitismo, aprendendo a respeitar a autonomia dos colegas e oferecer ajuda apenas quando solicitada.

Na musicalização, os alunos exploraram sentidos além da visão, audição e tato, tocando instrumentos e conhecendo artistas como Hermeto Pascoal. “Muitos ficaram impressionados porque não o conheciam. Isso combate a invisibilização e desperta empatia, que só se desenvolve com a experiência real”, explicou o professor Felipe Sobral.

Gentileza gera gentileza

Cerca de 50 alunos por turma, do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, participaram de atividades como futebol de cinco, vôlei sentado e pista de obstáculos acessível. As práticas demonstraram as dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiência e a importância da cooperação.

Para Felipe Sobral, o desenvolvimento da empatia na infância é essencial: “No início, muitas crianças sentem medo por estarem temporariamente sem um dos sentidos ou com mobilidade reduzida, mas com o apoio dos colegas ganham confiança em participar.”

A estudante Isabella Vasconcelos, 11 anos, participou do circuito usando cadeira de rodas e guiando colegas vendados. “Foi difícil passar pelas cordas e bambolês. As pessoas que usam cadeira de rodas enfrentam buracos e rampas ruins todos os dias. Coloquei-me no lugar delas e percebi como o apoio faz diferença”, relatou.

O projeto também aborda o combate ao capacitismo nas falas e atitudes dos estudantes e reforça a importância de respeitar espaços destinados a pessoas com mobilidade reduzida, como vagas e assentos preferenciais.

Com informações da Secretaria de Educação (SEEDF)

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