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Brasília

Projeto da Ceilândia quer ajudar atletas em situação de vulnerabilidade

O objetivo inicial é arrecadar cerca de 100 a 500 pares de tênis e chuteiras usadas ou novas para os jovens atletas e artistas da comunidade

Amanda Karolyne

17/07/2024 22h00

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Professores idealizadores da campanha Anderson Alcantara, Debora Alencar (blusa com desenho verde) e Luh Lemos (toda de preto).

Para ajudar crianças e adolescentes a dar os primeiros passos no esporte e na arte, três professores da Ceilândia e Sol Nascente estão movimentando a campanha Calce Um Atleta. O objetivo inicial é arrecadar cerca de 100 a 500 pares de tênis e chuteiras usadas ou novas para os jovens atletas e artistas da comunidade. 

A iniciativa surgiu de forma espontânea em um rascunho que o professor Anderson Alcantara fez no celular no começo de julho depois de conversar com as duas colegas Débora Alencar e Luh Lemos. O flyer começou a circular nas redes sociais na mesma semana. A meta é arrecadar calçados para crianças de 4 a 17 anos até o dia 30 de agosto. 

Participantes ativos de projetos sociais da comunidade, Anderson, junto das professoras Débora e Luh são os responsáveis pela campanha. Anderson contou ao Jornal de Brasília que dá aulas de educação física e sempre observa que a maioria dos alunos não têm nem um chinelo, que dirá uma chuteira ou um tênis. “É algo inatingível para eles, principalmente para praticar esportes”. Por isso surgiu a necessidade da campanha levantada pelo trio que considera o gesto simples mas importante. “Nós queremos arrecadar pares de tênis e chuteiras usadas para ajudar as crianças da comunidade”, destacou Anderson. 

O educador reforça que a arte, esporte e cultura são o forte da região onde eles atuam e existem muitos talentos por lá. “Nós queremos pavimentar o caminho para que eles não pisem nas mesmas pedras que a gente pisou”, comentou. Segundo ele, só faltam os recursos para que essas crianças possam se desenvolver. 

A “Tia Débora”, como a professora Débora gosta de ser chamada, explicou que na comunidade do Sol Nascente e em Ceilândia, a população é vulnerável e que para essas pessoas, falta dinheiro para comprar o que comer. “E em uma situação em que a mãe de um aluno precise comprar um arroz e feijão ou um tênis e uma roupa, vai preferir comprar a comida”. 

Para Débora, o intuito da arte e do esporte é fazer com que as crianças e os jovens não se percam por lugares errados. Ela acredita que essas coisas são complementares à educação e que muitas pessoas acham insignificante desenvolver o lado artístico ou a prática de um esporte. “Mas o esporte, a música e a cultura transformam a vida. Eu sou prova viva disso”, afirmou. Débora é rapper, trabalha em coletivos culturais como o Coletivo Sol Nascente e foi salva por projetos sociais quando era menor. 

Tudo que eles querem é ajudar as crianças da comunidade a praticar o esporte de forma digna. Os três lecionam nas áreas de esporte e cultura e acreditam na importância de um calçado bom para fazer atividades esportivas e artísticas. “Graças a Deus eu sempre tive condições de ter um calçado para poder dançar e ainda desenvolvi um problema no pé, mesmo com os sapatos certos, imagina quem não tem como comprar sapatos”, reflete a professora de dança Luh Lemos, ou “Tia Luh”, como também é chamada. 

Luh se intitula educadora social e vê que algumas das crianças dos projetos em que dá aula, quando chegam em sala ficam acuadas por não terem um sapato. “Tudo bem que algumas coreografias podem ser realizadas sem o calçado, mas ainda existe o risco de escorregar e a criança vê outras que estão calçadas e se sente desigual”, destacou. Ela acredita que se a demanda for boa o bastante, os três professores podem seguir com a ação e ajudar outras comunidades. 

São vários casos que foram despertando o alerta deles para a necessidade de calçar os possíveis atletas e artistas da região. Lu apontou que os professores também estão planejando um projeto de futebol feminino, que é um nicho desassistido desta modalidade esportiva. “Nós vemos que têm meninas com muito talento na região jogando descalça com os dedos machucados”.  

O trio de professores pretende ser o elo entre as pessoas que querem ajudar e as crianças que precisam de doações. Eles se disponibilizaram a ir até quem se interessar em doar para recolher as arrecadações. A campanha não está ligada a nenhuma instituição. O trio de professores reforça que a campanha não se trata deles ou de nenhum projeto específico, mas sim da comunidade da Ceilândia e Sol Nascente. 

Para fazer uma doação basta entrar em contato pelos números:

Débora Alencar: 61-992924392 ou através do Instagram @deboraalencar.oficial

Luh Lemos: 61-983751971  ou através do Instagram @lluh_llemos

Anderson Alcantara: 61-991202260

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