Por Vítor Ventura
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última quinta-feira (25), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) em Brasília registrou uma alta de 0,37% neste mês. Em agosto, o índice havia registrado um recuo de 0,29%, indicando que houve uma alta da inflação no mês de setembro. Além do aumento no preço da energia elétrica, alguns alimentos voltaram a ficar mais caros no Distrito Federal.
O cálculo do IPCA-15 foi feito a partir da coleta de preços realizada no período de 15 de agosto a 15 de setembro e da comparação com os vigentes de 16 de julho a 14 de agosto (base). O índice não representa a inflação oficial, mas mostra um panorama do comportamento dos preços ao longo do mês.
No DF, a pesquisa indicou que o grupo de alimentação e bebidas apresentou uma leve alta de 0,07% após queda de 0,24% no mês de agosto. Esse cenário na capital não seguiu o que se notou no Brasil como um todo. Nacionalmente, os alimentos e bebidas registraram a quarta queda seguida em setembro (-0,35%).
No DF, considerando os alimentos e bebidas, as altas mais relevantes foram nas frutas (4,05%), nos panificados (1,55%) e nas carnes (1,15%). Alguns alimentos que se destacaram pelo do preço no mês de setembro foram a banana-prata (10,61%), o limão (30,87%), a banana-d’água (11,03%), o pão francês (2,34%), o biscoito (1,59%), a alcatra (2,58%) e o contrafilé (2,73%). Apesar do aumento, outros alimentos sofreram redução de preço: tomate (-15,21%), mamão (-10,07%) e azeite de oliva (-4,68%).
José Alfredo, 42, morador do Gama, disse ao Jornal de Brasília que de fato conseguiu perceber que alguns itens ficaram mais caros. “A gente sentiu um aumento, principalmente nas frutas porque nós consumimos muito em casa”, destacou. Na avaliação dele, alguns legumes também subiram de preço. Além disso, ele citou também que “a banana-prata, a maçã e a pera parecem que subiram de preço”, avaliou.
“A carne a gente sentiu que teve uma redução no mês passado, mas agora parece que já está começando a aumentar novamente”, contou José Alfredo. Ele também destacou que o leite ficou mais caro. Nos dados divulgados pelo IBGE, o leite longa vida também subiu de preço, com um aumento de 1,36%.
Inflação no mês
Não foi somente no DF que os preços começaram a subir. Considerando todo o território brasileiro, a prévia da inflação de setembro apresentou alta de 0,48%. Segundo o IBGE, um dos fatores que contribuíram para o cenário de alta da inflação no mês de setembro no DF e no Brasil foi a energia elétrica, que subiu 12,31%. O aumento foi provocado pelo fim do Bônus Itaipu.
Esse bônus se refere ao saldo positivo da conta de comercialização de Itaipu que, ao fim do ano, é revertido para abater a conta de luz dos consumidores residenciais e rurais que tiverem um consumo inferior a 350 quilowatts-hora (kWh) em ao menos um mês. A volta da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 a cada 10kWh consumidos, também foi um fator.
Em Brasília, algo que trouxe certo alívio foi o grupo de transportes, que teve uma queda de 0,81%. Como destaque, a gratuidade do transporte público aos domingos e feriados resultou em um recuo de 9,85% ao considerar os ônibus urbanos.