Por Pedro Nery
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Uma denúncia de supostos casos de assédio moral dentro do Banco de Brasília (BRB) trouxe à tona um cenário de tensão, medo e abusos hierárquicos na instituição financeira. A reportagem, exibida pela rede Record, apresentou áudios, depoimentos e relatos de funcionários que acusam o presidente do banco, Paulo Henrique Bezerra da Costa, de protagonizar condutas consideradas abusivas.
A emissora, revelou que o Sindicato dos Bancários do Distrito Federal já havia formalizado uma denúncia à Corregedoria do BRB no início do ano. O documento reúne relatos de assédio moral, indicando que o comportamento abusivo teria se tornado uma ferramenta de gestão dentro do banco.
Áudios e relatos reforçam acusações
Entre as denúncias exibidas pela Record, áudios atribuídos ao presidente do BRB mostram momentos de explosões verbais e humilhações públicas contra subordinados.
“Você não entendeu nada do que eu falei? (…) A apresentação tem que contar a história! (…) Se você tem a solução pra tudo, apresenta e toca tudo aí”, diz uma das gravações.
Funcionários que aceitaram falar sob anonimato relataram um ambiente de pressão constante e medo de retaliações. Uma das testemunhas citou casos em que superintendentes foram desmoralizados em público e até descomissionados após pequenas falhas em apresentações internas.
“Já presenciei ele humilhar um superintendente por causa de uma vírgula ou palavra errada em um PowerPoint”, contou um funcionário em entrevista à emissora.
De acordo com o levantamento da reportagem, alguns empregados chegaram a desenvolver quadros de depressão após experiências traumáticas no ambiente de trabalho, e houve casos de afastamento médico relacionados à pressão psicológica.
Procurada pela reportagem, a assessoria do presidente do BRB afirmou, em nota, que os áudios foram retirados de contexto e que o banco possui uma política ativa de combate ao assédio moral. A instituição declarou ainda que passou por um processo de transformação desde 2019, buscando eliminar “práticas antigas” e reforçar sua cultura organizacional.
A nota, no entanto, não respondeu a oito dos questionamentos específicos feitos pela equipe de jornalismo da Record, que envolviam diretamente as denúncias contra o presidente.
