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Literatura

Prêmio Candanguinho promove interesse infanto juvenil por literatura

Na Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, Secec lança a coletânea de poesia “Mala do Livro: uma viagem na leitura”

Mayra Dias

26/10/2021 17h50

Atualizada 10/05/2023 11h17

Imagem: Divulgação

“Estava na hora de haver um espaço para as crianças e jovens de Brasília se expressarem por meio da poesia”, opina Beth Fernandes, chefe da assessoria de Relações Institucionais da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec). O espaço ao qual ela se refere é o I Prêmio Candanguinho de Poesia Infanto-juvenil, que selecionou 30 obras inéditas de crianças e jovens entre 6 e 17 anos que, nesta Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, estarão distribuindo autógrafos no Espaço Clic da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB).

O evento, que acontece nesta quarta-feira às 10h, marcará o lançamento da coletânea de poesia “Mala do Livro: uma viagem na leitura”, feito com as obras dos vencedores do concurso. “Quando andamos pelo DF e convivemos com essa galera, percebemos que eles têm uma criatividade enorme, que só precisam de um canal para se colocar”, defende Beth, que também é coordenadora da Comissão de Seleção. Na cerimônia para convidados, haverá o lançamento do edital de premiação de 100 agentes de leitura da Mala do Livro, além de detalhes sobre o processo de captação desses voluntários. “Esses agentes são os voluntários que divulgam o projeto nas comunidades”, explica o secretário da Secec Bartolomeu Rodrigues.

A Semana Nacional do Livro e da Biblioteca é um evento comemorativo instituído pelo Decreto nº 84.631, de 09.04.1980 que busca fomentar o gosto pela leitura, a difusão do livro físico e o acesso à informação nas suas mais diversas plataformas. A grande adesão ao Candanguinho, conforme salienta a assessora de Relações Institucionais, mostra que essa iniciativa estava sendo requerida há muito tempo no DF. “Por isso, a equipe da BNB envolvida no projeto está muito entusiasmada com os resultados. Esse programa e o prêmio representam um pedacinho de um desafio maior de estímulo à escrita, à leitura e à oralidade que a Secec está construindo”, afirma.

As 30 poesias selecionadas também ganharão versão em formatos e-book, em Braille e/ou áudio-livro. Além de 10 exemplares da obra impressa, os autores das poesias classificadas nos três primeiros lugares de cada categoria receberam, do primeiro ao terceiro colocado, respectivamente, um smartphone, um tablet e um leitor de e-book. Os demais selecionados ganharam certificado de participação e dois exemplares da coletânea. A gerente de atendimento da BNB e envolvida no processo de seleção do edital, Marmenha Rosário acredita que o número de inscrições (289), refletiu o interesse das instituições de ensino da capital pela promoção da leitura e escrita. “Concluimos que houve adesão expressiva por parte das escolas públicas e particulares do DF e RIDE, que incentivaram as crianças e adolescentes a participarem”, disse.

Devido a tal sucesso, Bartolomeu Rodrigues declara que a pasta estuda, com atenção, a continuidade da premiação. O chamamento público, iniciativa da Biblioteca Nacional de Brasília, atende à Política do Livro, Escrita e Oralidade do Distrito Federal. “Nosso objetivo é incentivar a criatividade da população jovem do DF por meio da linguagem escrita, dando o protagonismo à Mala do Livro, que completou 30 anos em 2020”, reforça a Diretora da BNB, Elisa Raquel Quelemes.

Atividade que abre portas

Como comenta Ana Paula Sampaio, psicopedagoga e professora do CEUB, ações que promovem a escrita e a leitura são extremamente importantes em qualquer fase da vida e, principalmente, na infância. Conforme elucida a profissional, há estudos que comprovam a relevância da leitura começar a ser desenvolvida ainda com a criança no útero. “O som, a melodia, que o neném vai escutar, assim como a mudança do tom de voz ao contar uma história, produzem redes neurais dentro da barriga”, explicou, acrescentando que o neurodesenvolvimento desses indivíduos é diferenciado, ajudando, inclusive, no processo de alfabetização.

Os ganhos a curto e longo prazo, como desenvolve Ana Paula, se dão na construção interna do próprio indivíduo. “Isso tem um impacto, além de intelectual, físico, emocional e afetivo. Uma criança imersa nesse universo, que detém de uma riqueza de leitura, se relaciona e tem uma compreensão emocional muito melhor, tanto consigo quanto com os outros”, destacou. Por esse motivo, a professora reforça que, quanto antes esse contato ocorrer, mais vantajosa será a recompensa. “Muitos pais pensam que não vale a pena dar um livro para um bebê, porque ele não vai ler. No entanto, hoje temos livros sensoriais, com texturas, pois a leitura é uma experiência. Com o tempo, outros livros vão sendo oferecidos para eles, mas é extremamente importante que esses objetos façam parte da rotina desde pequenininho”, pontua a psicopedagoga.

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