A cada dia cresce a demanda por profissionais qualificados e a busca por novas oportunidades. Nesse cenário, as agências do trabalhador, coordenadas pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet-DF) do Governo do Distrito Federal (GDF), se firmam como a principal porta de entrada para o mercado formal. Desde 2019, aproximadamente 30 mil brasilienses foram inseridos no mercado de trabalho, sendo que, somente em 2025, mais de 3,3 mil conquistaram uma vaga com carteira assinada.
Em 2024, cerca de 5,6 mil pessoas conseguiram emprego por meio do serviço. “Nossa expectativa é que, em 2025, consigamos superar os números alcançados no ano passado. A tendência é sempre melhorar e ampliar esses resultados. No fim do ano, as empresas costumam aumentar a produção e as vendas, o que gera uma demanda maior por trabalhadores e nos ajuda a alcançar essa meta”, destaca o secretário da Sedet-DF, Thales Mendes.
Atualmente, são 16 unidades fixas, que atendem mensalmente mais de 30 mil pessoas. Além delas, existem três agências móveis: duas instaladas em carretas e uma itinerante, que funcionam em centros comunitários e entidades sociais parceiras da secretaria, para levar atendimento às regiões onde não há estrutura física. Segundo o secretário, as agências oferecem acesso a diversos serviços, como solicitação do seguro-desemprego, inscrição em vagas de qualificação profissional, programas de assistência, entrega de cesta básica e intermediação de vagas de trabalho. “A agência veio realmente para ajudar o trabalhador”, afirmou.
Do ponto de vista empresarial, as agências do trabalhador oferecem suporte técnico qualificado no processo de recrutamento e seleção. O serviço permite que empregadores registrem as demandas por mão de obra, definam requisitos específicos e recebam candidatos previamente avaliados, com base em critérios técnicos e comportamentais alinhados à vaga. Esse modelo contribui para reduzir custos operacionais com triagem de currículos e entrevistas preliminares, além de otimizar o tempo e os recursos dos departamentos de Recursos Humanos.
Com 19 anos de mercado, a Dom Caseiro conta hoje com cerca de 150 colaboradores em Brasília, distribuídos entre as áreas de vendas, logística e produção. De acordo com a gerente geral, Luana Santos, a empresa mantém uma parceria sólida com a Agência do Trabalhador, responsável por captar talentos e viabilizar novas contratações. Só nos primeiros 15 dias de setembro, foram 12 admissões, e a expectativa é contratar mais 40 profissionais até outubro, em preparação para a campanha especial de Natal.
A relação com as agências já dura cinco anos e começou a partir da indicação de um colega do varejo. Atualmente, cerca de 90% das contratações são para auxiliares de produção, profissionais que atuam em toda a linha de fabricação dos biscoitos e chocolates, desde o corte e recheio até a decoração, embalagem e finalização dos produtos. Para a gerente, essa parceria é fundamental: “Eu recomendo tanto para empresários quanto para quem procura emprego. É um trabalho sério, que realmente dá resultados. Estou muito feliz com os profissionais que chegaram até nós por meio dessa iniciativa”, conclui.
Na Pão Dourado, que completou 30 anos de mercado, o cenário é parecido. Sócio e diretor de recursos humanos da empresa, Sérvulo Batista estima que 10% dos 786 funcionários foram contratados via Agência do Trabalhador. “As agências são excelentes em estrutura. Nós estamos fazendo diferente agora, estamos indo até esses locais e fazendo o processo seletivo lá. Eles nos cedem a estrutura física e nos atendem muito bem”, aponta.
“A gente está invertendo, porque, como tem estrutura lá e as pessoas moram mais perto, não gasta passagem para vir aqui fazer entrevista. A empresa se preocupou com isso”, acrescenta ele, que ainda elogia os programas de qualificação do GDF: “As pessoas chegam mais preparadas. O QualificaDF, por exemplo, ajuda muito, principalmente os jovens. Para a pessoa que não teve o primeiro emprego, que nunca trabalhou na vida, é importante isso. Quanto mais qualificação para o mercado de trabalho, melhor”.
Oportunidades abertas
Para os trabalhadores, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade ou em busca do primeiro emprego, as unidades disponibilizam uma ampla gama de serviços: desde o cadastramento no Sistema Nacional de Emprego (Sine), o encaminhamento a vagas compatíveis com o perfil, a participação em programas de qualificação profissional, a orientação para o mercado de trabalho até o acesso à carteira de trabalho digital.
Moradora de Águas Lindas, a auxiliar de produção Júlia de Moraes, 21 anos, conheceu a Agência do Trabalhador por meio de um anúncio nas redes sociais e decidiu procurar atendimento presencial na unidade de Taguatinga. Ela conta que buscou a agência este ano e se surpreendeu com a agilidade do processo. “No mesmo dia em que fui até lá, consegui achar a vaga, fazer a entrevista e logo depois já comecei a experiência aqui na empresa”, lembra.
Para Júlia, a agência faz a diferença para quem está em busca de oportunidade. “Muita gente procura trabalho e encontra portas fechadas, mas lá você descobre várias vagas disponíveis de forma muito rápida. Você chega, vê o que tem no dia e, se gostar, já faz a entrevista na hora. Eu nem sabia que funcionava assim e fiquei surpresa”, relata.
A auxiliar de produção Giovana Ferreira, 22, trabalha na Pão Dourado e conta que atua desde a embalagem dos doces até o apoio direto na produção. Ela lembra que o ingresso na empresa aconteceu por meio da Agência do Trabalhador. “Eu já tinha cadastro desde os 18 anos, mas nunca tinha participado de nenhum processo seletivo. Desta vez, foi diferente. Quando fui até a agência da Estrutural, a atendente comentou que no dia seguinte teria uma seleção presencial, com representantes da empresa. Consegui a carta de encaminhamento e participei. Foi tudo muito rápido, a entrevista correu bem e eles me auxiliaram bastante, até com a montagem do currículo”, relata.
Para ela, a Agência do Trabalhador tem um papel fundamental por ser esse canal direto entre empresas e candidatos. “O currículo que passa pela agência é muito eficaz. A empresa já sabe que você está ali cadastrado, em busca de uma oportunidade, e isso abre muitas portas. É muito melhor do que sair espalhando currículo por aí. A agência leva o serviço até a comunidade e oferece muitas possibilidades. Quem não aproveita, acaba perdendo oportunidades importantes”, completa.
Com informações da Agência Brasília