Na manhã desta terça-feira (4), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC/DECOR), em parceria com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, cumpriu mandado de prisão preventiva contra um homem de 31 anos em Planaltina/DF. A ação integra a Operação Nacional “Medici Umbra IV – CEO e Insider”, coordenada pela PCRS, voltada à desarticulação de uma organização criminosa de âmbito nacional especializada em crimes cibernéticos, estelionato eletrônico e lavagem de dinheiro.
O preso atuava como “Insider”, utilizando seu acesso profissional legítimo em uma empresa de TI que presta serviços a instituições financeiras para extrair dados sigilosos de sistemas bancários, incluindo bases de consórcios, e repassá-los à liderança do grupo. Além do mandado cumprido no DF, a operação inclui quatro prisões preventivas em São Paulo, sete mandados de busca e apreensão e bloqueio de contas bancárias e criptoativos em Barueri e Franca.
A investigação já havia prendido executores e programadores do grupo nas três fases anteriores, realizadas em São Paulo, Pará, Espírito Santo e Pernambuco. Com base na análise de dados e materiais apreendidos, foi possível identificar a hierarquia da organização:
- CEO (mandante): homem de 39 anos, residente em Barueri/SP, financia e coordena o grupo, contratando especialistas em tecnologia para obtenção e revenda de bancos de dados.
- Insider (fonte interna): preso em Planaltina/DF, utilizava acesso legítimo a sistemas bancários para repassar informações sigilosas.
- Fornecedores e gerentes: incluem indivíduos que vendiam APIs de dados ilícitos, intermediavam operações, recrutavam hackers e gerenciavam repositórios de dados roubados, como bases da SERASA e CNPJs.
A Operação Medici Umbra IV teve início a partir de fraudes eletrônicas contra médicos no Rio Grande do Sul. As fases anteriores resultaram na prisão preventiva de mais de 15 indivíduos, da base até a liderança da organização. Nesta fase, a ação busca descapitalizar o grupo, bloqueando ativos financeiros e criptoativos, além de apreender novos elementos de prova para a completa desarticulação da estrutura criminosa.
A operação conta com a participação de policiais civis de Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal, reforçando a cooperação interestadual no combate a crimes cibernéticos e financeiros.