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Brasília

Polícia investiga se queda das vítimas do incêndio em Valparaíso foi acidental

A Polícia Civil do Estado de Goiás e a Polícia Técnico Científica, junto do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, ainda estão investigando o caso

Amanda Karolyne

28/08/2024 20h57

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Reprodução

As investigações sobre o incêndio que vitimou um casal e o bebê, no condomínio Parque das Árvores, no Valparaíso de Goiás, apontam que eles não se jogaram do apartamento na terça-feira (27). A Polícia Civil do Estado de Goiás e a Polícia Técnico Científica, junto do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, ainda estão investigando o caso. A perícia não descarta a hipótese de um acidente ter sido causado pela impermeabilização de um sofá. O velório das vítimas será nesta quinta-feira, às 9h.

O incêndio aconteceu no Bloco E do Condomínio Parque das Árvores, no Bairro Parque Rio Branco. Um cachorro da família também morreu no acidente.

De acordo com imagens que foram repassadas para as autoridades, Graciane Rosa de Oliveira, 35 anos, e Luiz Evaldo, 28 anos, com o bebê de recém-nascido de 19 dias, tentaram se projetar para tentar respirar ar limpo, enquanto os bombeiros tentavam os salvar. “Mas o bebê escapou da mão da mãe que tentou o resgatar, o pai tentou em seguida buscar a mãe, e os três foram projetados para fora do apartamento”, disse o síndico Anderson Oliveira em uma coletiva de imprensa realizada no condomínio na quarta-feira (28). Para ele, não houve suicídio, mas sim uma situação alarmante de um ato da mãe tentando salvar o filho.

O acidente deixou mais 15 pessoas feridas, incluindo a mãe de Graciane, Maria das Graças, e um prestador de serviço chamado Renan Lima Vieira, que estava no apartamento das vítimas no momento, para a impermeabilização do sofá. Os dois foram levados para o Hospital Regional da Asa Norte.

Outras seis famílias foram encaminhadas para um hotel, com os custos assumidos pelo condomínio Parque das Árvores. No total, 88 unidades do condomínio foram afetadas, dessas 66 já estão liberadas, as outras estarão permanentemente bloqueadas para que sejam feitas as investigações. “Nós estamos a disposição de todos eles, desde a vítima fatal até as vítimas que foram retiradas do local com vida e as secundárias, que são os moradores. Todos estão sendo acolhidos”.

O síndico Anderson, se solidarizou com as vítimas que infelizmente morreram. Ele acredita que ainda é prematuro afirmar qualquer coisa, mas o condomínio segue padrões rígidos de segurança. Ele ressaltou que todos os equipamentos de combate a incêndio foram trocados recentemente e que o sistema de encanação está em dia. “O que aconteceu foi uma tragédia e nós podemos afirmar que dentro da unidade não houve nenhum tipo de reclamação de vazamento de gás”.

Houve a entrada de um prestador de serviço, que foi identificado na portaria e liberado na unidade para a impermeabilização do sofá, como descreve o síndico. “Não estou dizendo que foi essa a causa, estou dizendo o que aconteceu após a entrada desse rapaz, em que ouviu-se uma explosão muito forte, e a partir daí as pessoas começaram a gritar”.

Depois do incêndio, Anderson vai instaurar uma nova regra no condomínio. “A partir de hoje não se permitirá mais acesso a prestador de serviço com produto inflamável. Os moradores serão orientados para não fazer esse tipo de serviço aqui”.

Perícia não concluída

A perícia não foi finalizada, segundo Fernando Lerbach, delegado da Polícia Científica, o local está cheio de escombros revirados e vai precisar ser feita uma análise mais profunda. “Mas ficou determinado que houve sim uma explosão, pelos vestígios materiais encontrados”.

Com a primeira perícia iniciada na terça-feira (27), dia do acidente, foi possível determinar o local onde o fogo se iniciou e o percurso das chamas para as outras unidades. “Fato é que a estrutura do encanamento na parte que podemos presenciar estava íntegra e sem indício de vazamento de gás”.

Quanto ao deslocamento das vítimas, Fernando afirmou que em relação ao ponto em que eles caíram, já pode ser concluído que foi acidental, devido à proximidade com os escombros ser pequena.

O prazo para a conclusão do laudo pericial é de dez dias. Mas Fernando ressaltou que se existir alguma peculiaridade, pode ser que essa data precise ser entendida. “Mas como o caso tem muita repercussão, acredito que não vai chegar nesse prazo de trinta dias”.

A investigação

Segundo Bruno van Kuyk, delegado da 1⁠ª DP do Valparaíso, afirmou que as testemunhas e vítimas serão ouvidas. “Duas vítimas sobreviveram, conforme o Síndico Anderson falou. Essas vítimas vão ser ouvidas, mas considerando que elas foram hospitalizadas, obviamente temos que proceder com cautela porque é um momento de muita emoção para a família”.

A Polícia Civil trabalhará junto da Polícia Técnico Científica, por meio do laudo pericial, os depoimentos, os testemunhos e as imagens do circuito interno de segurança do condomínio. “Mas ainda não é possível afirmar uma conclusão acerca da investigação, nem descartar nenhuma hipótese”, disse o delegado.

Ele confirma que existe a hipótese de que houve um acidente gerado pelo serviço de imperialização do sofá, e que isso será apurada. “Assim como quaisquer outras hipóteses que surgirem ao longo da investigação”.

Cachorro desaparecido

O síndico Anderson Oliveira, pediu a ajuda da população, para quem souber o paradeiro do cachorrinho identificado como Brownie, que entre em contato com o número: 61 9 8187-8093. Ele pertencia às vítimas e está desaparecido desde o dia do incêndio.

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