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Brasília

Pista na Multi-Feira reúne todas as semanas dezenas de pilotos de automodelismo apaixonados pela vel

Arquivo Geral

09/03/2007 0h00

Na noite dessa quinta-feira, price healing policiais militares prenderam mais um traficante de drogas, desta vez, em São Sebastião. Renato Bispo Teles, de 31 anos, estava portando 90 latas de merla, uma porção de maconha, um tablete de cocaína, além de sete papelotes da mesma droga.

Renato foi flagrado na Quadra 8, lote 1, na Vila São José. Ele vai permanecer na prisão da delegacia até a conclusão das investigações sobre o crime.

A foto que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e George W. Bush tirarão juntos hoje simbolizará uma parceria que, more about nos bastidores, diagnosis está funcionando a todo o vapor desde o fim do ano passado. Segundo o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, uma comissão de âmbito continental criada em dezembro, a Comissão Interamericana de Etanol já encomendou um diagnóstico geral sobre a América Latina, para saber onde e como será possível plantar cana-de-açúcar ou aproveitar a produção já existente para fabricar etanol.

Rodrigues atua na comissão representando a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Atualmente ele preside o Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp. Também participam do grupo internacional o ex-governador do estado da Flórida, Jeb Bush, irmão do presidente norte-americano, e o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o colombianor Luis Alberto Moreno.

A comissão aguarda informações solicitadas ao Instituto Interamericano de Cooperação agrícola (IICA) para traçar um diagnóstico do mercado de etanol no continente. “A idéia é levantar dados sobre a produção de cana-de-açúcar em cada país, quantos hectares são plantados, qual a produtividade, qual o custo de produção, qual o sistema de produção, qual a estrutura fundiária e, se possível, a indicação de alguma produção de etanol”, detalha o ex-ministro. 

Também será levantado quanto cada país tem de terra disponível para plantar cana-de-açúcar e qual tecnologia seria mais adequada. Por fim, será apurada a obrigatoriedade ou não de mistura de etanol à gasolina em cada país. Segundo Rodrigues, o trabalho também tem o objetivo de alavancar investimentos  e avançar na "comoditização" do etanol.

“Quando este trabalho estiver pronto, até final de abril, teremos identificado todo o cenário continental para a produção de etanol. A partir daí, o BID criará um sistema financeiro para apoiar construções de usina de álcool em todos os países em que a cana de açúcar é viável.”, antecipa Rodrigues.

Na avaliação do ex-ministro, é necessário que vários países produzam etanol para que se crie um mercado de consumidores. Atualmente, Brasil e Estados Unidos respondem por 72% da produção mundial de etanol, sendo que os norte-americanos produzem apenas para seu mercado interno.

”Hoje, consumidores importantes como Japão, Coréia e União Européia olham com uma certa preocupação esse produto, porque quem produz hoje, com capacidade de exportar, é o Brasil. Os líderes desses países têm medo de depender de um único país. É preciso que mais países produzam”, destaca."Quanto mais gente estiver produzindo, mais oferta o mundo terá e mais fácil será criar um mercado de consumidores de etanol. Como o Brasil tem uma qualidade competitiva inalienável, ninguém consegue competir conosco nessa área, sempre iremos ter uma posição vantajosa no mercado internacional.”

A produção de etanol em outros países, especialmente na América Central e Caribe, será um dos principais temas da visita do presidente George W.Bush ao Brasil. Segundo Roberto Rodrigues, o que se discute é uma parceria envolverndo tecnologia brasileira e norte-americana. Os recursos para a implantação de plantas de etanol noutras regiões viriam do  Brasil, Estados Unidos, dos outros países e de bancos internacionais financiadores.

“Uma parceria com os Estados Unidos é significativa, sobretudo se permitir que os recursos americanos sejam investidos aqui e em outros países para difusão e melhoria da tecnologia na questão canavieira e na questão industrial da produção do álcool”, destaca.Para Rodrigues, com essa parceria, o Brasil vai poder vender tecnologia. “Vamos vender equipamentos, usinas completas, inteligência, carros flex fuel. Vamos ter condições de vender produtos com valor agregado mais alto”, enfatiza ele.

Outro ponto importante da conversa entre Brasil e EUA, segundo Rodrigues, é a discussão sobre a padronização do produto, com vistas ao comércio internacional, a chamada "commoditização" (ou seja, a transformação do álcool em commodity, tipo de mercadoria que é negociada internacionalmente com facilidade porque os diferentes mercados sabem que ela terá sempre as mesmas características).

Pilotos tensos aguardam do lado da pista o momento certo para guiar seus carros que atingem a velocidade de até 120km/h. Eles se reúnem todos os fins de semana para colocar seus carros na pista e mostrar a potência dos seus modelos. A diferença está no fato de que os carros são bem menores e não são dirigidos de dentro, shop mas por rádio controle. Esse é o automodelismo, medical levado a sério por seus praticantes que se encontram semanalmente em Brasília na pista no estacionamento da Multi-Feira, no SIA.

Estima-se hoje que existam 500 pessoas apaixonadas por miniaturas no Distrito Federal e desses, uma média de 50 freqüentam a pista da Multi-Feira. Os carrinhos parecem de brinquedo, mas seus pilotos se concentram em montar e fazer a manutenção dos modelos para competir cada vez mais rápido.

O modelismo nada mais é do que a recriação em escala reduzida de meios de transporte e pode ser profissional ou meramente recreativo. André Borges de 27 anos é um praticante da atividade. Ele dedica horas diárias para desenvolver seus carros. Ele tem uma oficina móvel dedicada a montar e manter semanalmente as miniaturas de sua equipe que conta com quatro pilotos.

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“O modelo tem todas as peças de um carro real”, afirma. “O carro é construído em uma escala de 1/10 dos carros grandes, nós abastecemos com álcool usado na fórmula Indy, a única diferença é que não os pilotamos de dentro”, explica Borges. Ele acrescenta que as pessoas levam o automodelismo tão a sério quanto um esporte e “todos os participantes estão comprometidos em fazer esse hobby crescer”.

Para Frederico Ribas, praticante há quase um ano, o automodelismo é uma continuação de uma fascinação de infância por autoramas. “Hoje é o meu lazer, meu desestresse e o meu relaxamento mental”, afirma. Ele já está montando seu quarto carro e não abre mão do hobby. Outro destaque na pista é Mateus Santiago, de 10 anos, ele acompanha o tio todos os sábados para dar umas voltas na pista. Mesmo sem ter toda a destreza dos adultos, ele reina na pista e compete com outros filhos e sobrinhos dos presentes. “Gosto de vir todos os sábados, eu me divirto muito”, diz.

Associação – Os pilotos se organizaram em uma associação, o Grêmio Brasiliense de Automodelismo (GBA) fundada há 15 anos. O presidente Ricardo Coutinho, de 35 anos, pratica o aeromodelismo há dez anos e o automodelismo somente há dois. “Não é mais um hobby, é uma necessidade para sair da rotina e tirar o trabalho da mente”, garante.

Ele acrescenta que existe um elo entre os pilotos: a fascinação pela velocidade. “Vamos juntos ver as competições no autódromo e estamos sempre comentando os resultados das corridas de Fórmula 1,” explica Coutinho. André é publicitário, Ricardo, servidor público e Frederico é empresário, mas segundo os três, a melhor parte da associação é encontrar pessoas de todas as áreas que apreciam o mesmo hobby.

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Enquanto aqui em Brasília a atividade apenas engatinha, em outros estados existem equipes até com patrocínio. O local que leva mais a sério o automodelismo, imprimindo proporções de um esporte é São Paulo. No sábado passado, o piloto paulista Renato Paiva que tem 25 títulos no Brasil e é pentacampeão brasileiro de automodelismo, fez uma demonstração para os pilotos presentes.

“O cenário de Brasília tem crescido muito nos últimos anos, e é especialmente organizado, o que permite projetar um futuro grande para esse segmento”, analisa. De acordo com o piloto, que tem patrocínio da Orange, loja de eletrônicos e a Serpent, que produz carros de automodelismo, é necessário muito pouco para se apaixonar pelo automodelismo. “Isso já faz parte de mim há tanto tempo que não consigo me ver fazendo outra coisa”, confessa.

A pista – A associação conseguiu um local para montar sua pista, no estacionamento ao lado da Multi-Feira, próximo à Feira do Paraguai e do Ceasa, onde os participantes construíram um palanque. Os sócios pagam uma taxa de R$ 30 para manutenção e pintura da pista e pagar o imposto ao SIA sobre a área ocupada. O local, de acordo com a GBA é estratégico por ser de grande visibilidade ao público e com isso atrair novos praticantes. Existe também uma pista de terra no fim da L2 Sul, próximo ao campo de aeromodelismo, destinado aos carros off-road.

No burburinho de pilotos, crianças e curiosos, um participante chama atenção pelo zelo e a organização com que cuida da pista. Chamado e conhecido apenas como Rodrigo, ele trabalha como ajudante da associação e é carinhosamente chamado de “Prefeito”. Ele passa a semana cuidando do palanque e é responsável por limpar a pista depois que os pilotos passam coca-cola ou água com açúcar para aumentar a aderência.

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Nos dias de campeonato é ele quem fiscaliza o asfalto e as pessoas para não passarem no meio da prova. “Ele apareceu aqui do nada e agora todo mundo o ajuda com dinheiro, mas não sabemos muito dele, só que o nome dele é Rodrigo”, afirma Coutinho. É o Prefeito que tem a chave do depósito do palanque e quando falta gasolina para alguém, sobe correndo a escada de dois em dois degraus para salvar o carro. André Borges afirma que ele foi o primeiro a convocar o rapaz para ajudar na pista. “Vi que ele tinha um papo mais cabeça e que ele era diferente”, diz. “Hoje ele é comprometido com o trabalho e ajuda a todos que praticam aqui na pista”.

Para participar – Para fazer parte do “clã dos carrinhos” não é estipulada nenhuma idade, basta o interesse. A maior preocupação que o GBA tem é em orientar os novos adeptos às normas de segurança da pista e o funcionamento dos carrinhos.

“Sempre pedimos para quem está começando ou querendo começar que venha aos domingos para que possamos conversar,” afirma Coutinho. Os sábados são para os pilotos regularem seus carros e para quem quer só brincar o dia ideal para correr é no domingo de 8h às 16h. “Muitas pessoas não conseguem nem ligar seus modelos, além de não ter idéia de que se o carrinho atinge a perna de alguém pode causar até uma fratura”, explica.

Os carros podem ser elétricos ou à combustão. Na categoria movidos a combustível existem dois tipos, os RTR (carrinho já montado) ou os Pro12 (em que as peças são vendidas separadamente, mas eles atingem velocidades maiores).

Ponto de encontro – Quem passa pelo local sempre tira um momento para ver os carrinhos em ação. Sérgio Souza, servidor público, parou pela curiosidade que tinha. “É a primeira vez que venho e achei bem legal ver os carrinhos correndo”.

Os amigos Marcos Fidelis, 26 anos, Raphael Feijão, 23 anos e Honasses David, 23 anos, concordam que o hobby é interessante, mas acham muito caro praticar. “Sempre quis ter um carrinho de controle remoto, mas isso é profissional demais”, disse Marcos. Em média os carrinhos custam entre R$ 1,2 mil e R$ 3 mil.

No próximo sábado, dia 10, a partir das 9h, a pista será palco do Campeonato Brasiliense de Automodelismo on road (no asfalto). A GBA garante que o campeonato vai ter direito a tudo igual a uma corrida de carros grandes, desde a tomada de tempo até as baterias de classificação, e claro, a corrida. Os interessados não precisam pagar entrada, basta ir para o canto da pista e curtir o espetáculo.

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Dicionário do automodelismo
Bolha – carroceria dos carros. Tem de vários modelos de carros comuns
Pipa – escapamento
Coroa – engrenagem maior de transmissão
Pinhão – engrenagem menor de transmissão
Glow – aquecedor de vela
Vela – dá a centelha da combustão (diferentemente dos carros comuns, fica acesa o tempo todo)
Rádio – compreende o transmissor no controle e o receptor no carro
Grip – adesão do pneu no solo
Água com açúcar – é água com açúcar mesmo, usada na pista para aumentar o Grip
Pista açucarada – não é pra comer, é quando a pista está com um Grip bom pra correr
Correia – faz parte do sistema de transmissão e fica perto da coroa e do pinhão
Bumper – pára-choques do carro

 

 

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