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Brasília

Pesquisa: maioria reprova o transporte no DF

Cerca de 53% consideram ruim ou péssimo as questões relativas a horários, condições dos carros, acesso ao serviço e segurança dentro e fora dos coletivos

Olavo David Neto

14/07/2020 9h02

De três mil passageiros entrevistados pelo “Como anda meu ônibus?”, mais da metade está insatisfeita com o tempo médio das viagens e a pontualidade do sistema público de transporte no Distrito Federal. A auditoria cívica, do Instituto de Fiscalização e Controle (IFC), ajuda a traçar um perfil dos usuários do transporte rodoviário no DF.

Do público participante, cerca de 53% consideram ruim ou péssimo as questões relativas aos horários dos veículos. Os passageiros também foram questionados acerca das condições dos veículos, acesso ao serviço e segurança dentro e fora dos automóveis.

O levantamento, realizado entre agosto de 2019 e abril de 2020, mostrou que mais de 40% dos entrevistados têm entre 21 e 30 anos, e 22,8% dos usuários interpelados possuía 60 anos ou mais. Quanto à renda, é possível aferir que 43,9% dos usuários questionados possui renda mensal entre um e três salários mínimos – cotado atualmente em R$ 1.039; cerca de 22% percebem renda de inferiores , e apenas 1,5% dos que possuem renda superior a 12 salários mínimos.

Do público da pesquisa, cerca de 58% eram do sexo feminino, público também apontado como a parcela que mais utiliza o serviço. Quase 73% das mulheres interpeladas dependem exclusivamente do serviço público. Entre os homens, a taxa é beira os 63%.

Para a coordenadora-executiva do IFC, Rebecca Teixeira, a prevalência se explica pela predominância feminina no DF, e pela receptividade das mulheres. “Nas ações presenciais, percebemos uma maior abertura das mulheres a responder ao questionário”, explica. “[No terceiro trimestre] mudamos nosso modo de operação devido à pandemia, passando a coletar respostas somente online, sem realizar ações presenciais”, acrescenta.

O percentual de quem entra em ônibus ao menos duas vezes por dia chega a 96%, sendo 51,4 com três viagens ou mais. Além disso, chega a 80% o índice dos que dependem do transporte em cinco ou mais dias da semana.Com relação ao acesso aos ônibus, cerca de 61% do público do levantamento considera ruim ou péssima a proteção contra chuva e sol dos pontos, enquanto 64% critica a iluminação. Mais 58% dos entrevistados têm reclamações quanto à limpeza das paradas.

Dentro dos veículos, a situação é similar. Aproximadamente 52% dos usuários inquiridos enxergam problemas na iluminação e/ou na ventilação dos veículos, e 85% se queixam da lotação dos ônibus na capital. Aproximadamente um terço dos entrevistados se locomove entre 5h e 8h e 17h e 20h, historicamente os horários de maior movimento nos centros urbanos mais populosos. As viagens duram de uma a duas horas para 43% da amostra pesquisada, enquanto cerca de 40% fica de 30 a 60 minutos dentro dos veículos. Apenas 1,5% das respostas apontam deslocamentos de três horas ou mais. Sobre o tempo médio de viagem, 52% têm reclamações do período gasto nos automóveis.

Uma das saídas apontada por Teixeira é a parceria com empresas e novas relações de trabalho, ao menos na questão dos horários. “ Hoje, já se sabe que a média de veículos por linha é baixa por conta das longas distâncias e da característica pendular do transporte rodoviário no DF, então a solução do problema da superlotação nos horários de pico vai muito além de disponibilizar mais veículos.

Passageiros se queixam de assédio

As respostas a respeito da segurança nos veículos mostram a percepção da violência entre homens e mulheres. Enquanto 53% do público geral enxerga situações de assédio nos ônibus, o índice entre a parcela feminina chega a 62%. Entre homens, 51% consideram a chegada aos pontos de embarque perigosa; o mesmo quesito, entre mulheres, apresenta 70% de queixas de insegurança nos caminhos até as paradas.

A principal crítica aferida pela pesquisa da “Como anda meu ônibus?” diz respeito ao valor pago para entrar nos veículos. Segundo os dados, disponibilizados na internet, são 73% dos usuários entrevistados que teceram críticas aos valores das passagens – atualmente, cobra-se R$ 3,80 no Plano Piloto e R$ 5 nas linhas que ligam o centro às demais Regiões Administrativas.

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