O Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) de Cidade Ocidental indiciou o pai de santo Antônio Roberto Silva do Nascimento, o Betinho do PT, por estupro de vulnerável. Ele é acusado de abusar sexualmente de uma menina 12 anos que frequentava o terreiro dele, que fica no ABC, expansão do município.
O caso foi revelado com exclusividade pelo Jornal de Brasília. Segundo fontes da polícia goiana, Betinho começou a manter relações com a menina quando ela ainda tinha 11 anos. O pai de santo obrigava ela a se relacionar com ele usando a religião como forma de chantageá-la. A investigação comprovou a denúncia feita pela mãe da jovem após ela ter sido submetida a um exame do Instituto de Medicina Legal (IML).
O laudo concluiu que houve conjunção carnal com a jovem. Antônio teve um mandado de prisão requerido pela delegacia que investiga o caso por ter desaparecido. Mas sua advogada alegou que ele tinha receio de ser agredido por parentes da vítima, que o ameaçaram de morte quando souberam dos abusos.
Um policial que pediu para não se identificar revelou que o inquérito foi concluído no último dia 7 (Terca-feira). “Ele dizia a ela que, se ela reagisse, mataria ela e todas as meninas que estavam na casa”, detalhou o policial.
Esse é primeiro caso comprovado de abuso sexual cometido por Betinho. Mas a polícia trabalha com a hipótese de haver outras vítimas. algumas delas, maiores de idade.
O caso chegou às autoridade policiais de Cidade Ocidental no dia 26 de novembro, quando uma participante de 52 anos que trabalha para o terreiro Ilê Axé Catubencimbe afirma que alguém retirou a parte debaixo de sua roupa enquanto ela dormia.
A Polícia Militar foi acionada e levou ela e mais quatro adolescentes para a delegacia. Lá, a filha da vítima de 52 anos e esta foram encaminhadas ao IML para fazer o exame. No caminho, uma jovem afirmou ter visto Betinho dentro do quarto onde elas dormiam.
Ao conversar com as adolescentes, a mulher mais velha disse que duas irmãs, sobrinhas de Betinho, afirmaram ter sido abusadas sexualmente por ele. Porém, o laudo do IML não constatou nenhum indício de violência no corpo delas.
No depoimento prestado para a polícia, o irmão de Betinho disse ter ouvido de uma de suas filhas que o tio dela “tocou em suas partes íntimas”. Mesmo assim, ele não tinha certeza que o irmão estava cometendo o crime. Apenas suspeitava.
Para concluir o inquérito, a polícia tomou o depoimento de 16 pessoas, entre vítimas e testemunhas. Elas contaram algumas atitudes contraditórias de Betinho com os preceitos e rituais da religião de matriz africana. “Ele costumava dar banho de ervas em mulher seminuas, o que é proibido pela regra da casa, pois homem banha homem”, revelou um investigador.
O destino de Betinho agora está nas mãos da Justiça, que pode ou não abrir processo contra ele e talvez pedir até a sua prisão preventiva caso outras pessoas procurem a polícia para denunciá-lo.
