Nesta quinta-feira (5/12), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou a Operação Mercado Oculto, com o cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão em Ceilândia, Vicente Pires, Taguatinga e Porto Seguro (BA). A ação envolveu 50 policiais civis e contou com o apoio da Polícia Civil da Bahia.
A operação resultou na apreensão de mais de R$ 700 mil em dinheiro encontrado em uma residência de Brasília e no sequestro de bens valiosos, como 52 veículos, três embarcações e 48 imóveis. No entanto, a PCDF não divulgou os nomes dos envolvidos.
O esquema investigado estava centrado em um supermercado de Ceilândia, operado por uma família de empresários. As investigações revelaram que, embora fossem os verdadeiros proprietários, os empresários utilizavam pessoas interpostas, chamadas “laranjas”, e identidades falsas para ocultar sua participação no negócio e evitar obrigações fiscais e criminais.
O supermercado funcionava com um CNPJ fictício, registrando um sócio falso, o que permitia à empresa sonegar impostos. Quando as dívidas tributárias se acumulavam, o CNPJ era substituído por outro fraudulento, reiniciando o ciclo de fraude. Desde 2014, o esquema causou uma dívida acumulada de R$ 69.735.310,04.
Para reaver parte do prejuízo aos cofres públicos, o Judiciário determinou o bloqueio de ativos no valor de R$ 68 milhões. A operação revelou indícios de diversos crimes, incluindo sonegação fiscal, uso de documentos falsos, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem chegar a 29 anos de prisão.
