A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da Divisão de Falsificações e Defraudações (Difraudes/Corf), em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPDFT, deflagrou nesta terça-feira (4) uma operação de grande porte para desarticular uma organização criminosa especializada em golpes virtuais, com destaque para o chamado “golpe do falso advogado”.
A ação resultou no cumprimento de dez mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo e Guarulhos (SP), com o apoio da Polícia Civil do Estado de São Paulo. Ao todo, participaram da operação 60 policiais civis e dois peritos do Instituto de Criminalística da PCDF, que prestaram suporte técnico na coleta e análise de evidências digitais.
De acordo com as investigações, o grupo foi responsável por cerca de 30 golpes aplicados no Distrito Federal apenas no primeiro semestre deste ano, causando prejuízo estimado em R$ 1,4 milhão a dezenas de vítimas. A quadrilha atuava de forma estruturada e utilizava tecnologia avançada e engenharia social para identificar e enganar as vítimas.
A Justiça também determinou o bloqueio e sequestro de contas bancárias, valores financeiros e veículos de luxo ligados aos investigados. Os bens apreendidos serão periciados e, após o trânsito em julgado das ações penais, poderão ser revertidos em favor das vítimas.
O golpe do falso advogado
O esquema consistia em criminosos que se passavam por advogados e, de posse de dados reais de processos judiciais, entravam em contato com as vítimas informando falsamente que haviam vencido uma ação judicial. Em seguida, criavam um senso de urgência, alegando a necessidade de transferências imediatas de valores para o pagamento de supostas custas processuais, honorários ou taxas, a fim de liberar o dinheiro da “vitória judicial”.
Com técnicas de persuasão e informações obtidas ilegalmente, os golpistas convenciam as vítimas da veracidade da história, levando-as a realizar transferências antes de confirmar a autenticidade das informações.
Alerta à população
A PCDF reforça o alerta para que a população desconfie de contatos inesperados que solicitem transferências urgentes de dinheiro, mesmo que os interlocutores se identifiquem como advogados, policiais ou autoridades.
Em caso de suspeita:
- Não realize pagamentos ou transferências por impulso;
- Verifique a veracidade das informações junto aos órgãos oficiais;
- Registre imediatamente ocorrência policial.
As investigações continuam para identificar outros integrantes da organização e esclarecer a totalidade dos crimes. Informações podem ser repassadas pelos canais oficiais da PCDF, com garantia de sigilo.
