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Brasília

Pastor de igreja denunciado por abusar de três menores é oficial da reserva da PM

As menores de 12, 13 e 17 anos relataram que os abusos foram cometidos quando ficaram sozinhas com o pastor

Tereza Neuberger

04/08/2025 18h57

Uma mulher denunciou à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) abusos cometidos contra suas três sobrinhas, de 12, 13 e 17 anos, dentro de uma igreja em Ceilândia. As vítimas relataram que os abusos foram cometidos pelo pastor da igreja, que foi identificado como subtenente da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).

Após as adolescentes relatarem os episódios a familiares próximos, a mãe das vítimas confirmou as denúncias. O caso foi registrado na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam II), localizada na mesma região administrativa onde os abusos teriam sido cometidos.

De acordo com relatos da tia, no dia 28 de julho, ela estava em casa com as sobrinhas, quando a adolescente de 12 anos chegou à residência acompanhada de outras meninas da igreja. As crianças estavam brincando quando uma delas disse de repente à tia: “Você sabia que o pastor não é bonzinho, né? Ele é um monstro”.

Surpresa, a mulher tentou entender melhor o que a sobrinha queria dizer, mas a adolescente teria hesitado em explicar. No momento, umas das amigas da menina disse que, caso ela não falasse, ela contaria tudo.

Foi então que a vítima relatou a situação ocorrida no dia 29 de maio. Durante um passeio da igreja, chamado “Cineminha das crianças”, a jovem contou que ficou sozinha em um carro na companhia do pastor. O homem teria dito que havia um “monstro” dentro dele, que queria fazer “muitas coisas” com ela. Em seguida, ele teria dito que a menina era bonita, segurou sua mão e a colocou no órgão genital masculino.

Na sequência, o pastor teria ainda tentado beijá-la na boca. Mas a adolescente afirmou que evitou, então ele insistiu na aproximação e a beijou no rosto. O pastor também teria dito que a garota tinha o mesmo “estilo” que a tia, expressão que a tia não entendeu.

Após o relato da menina de 12 anos, outra sobrinha afirmou ter sido vítima do mesmo pastor. Ela contou que durante um ensaio dos jovens da igreja, ocorrido no ano passado, o homem se ofereceu para levá-la até em casa e, no caminho, passou a mão nas suas pernas, e também teria colocado a mão dela no órgão sexual dele.

A jovem acrescentou ainda que o pastor a chamou de “gostosa” e a beijou na boca, segurando firme sua bochecha. Diante dos relatos, a outra sobrinha, de 17 anos, também revelou também ter sido um dos alvos do pastor.

A adolescente relatou que o religioso costumava dizer que ela era “gostosa e linda” e a acariciava à força. As amigas da menina de 12 anos, que acompanharam os relatos, confirmaram que o pastor frequentemente as chamava de “gostosas” e passava a mão nas pernas delas.

Em meio às revelações, a tia das meninas procurou a delegacia para fazer a denúncia e não solicitou medidas protetivas de urgência. Ela afirmou que pretende manter as crianças afastadas do pastor por conta própria.

A PCDF orientou a mulher sobre o atendimento multidisciplinar disponível no Núcleo de Atendimento à Mulher (Nuiam) e em outros serviços de proteção aos direitos das vítimas. Além disso, o acolhimento em Casa Abrigo também foi oferecido, mas foi recusado pela família.

Em nota ao Jornal de Brasília, a PMDF informou que “o referido policial militar está na Reserva Remunerada, não pertencendo ao quadro dos policiais da ativa.”

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