Se existisse uma eleição de simpatia na Vila Pan-Americana, o Brasil ganharia fácil. Os cubanos ficariam em último lugar na lista. Essa é a opinião de alguns atletas que circulavam ontem pela Vila do Pan. Mas são apenas impressões, porque, na verdade, não existe muita interação entre os atletas que estão no Rio de Janeiro.
“Somos cordiais, mas não nos relacionamos. Só fico com o pessoal da minha equipe mesmo. No máximo dou um tchauzinho e um bom dia, boa tarde ou boa noite. Por educação”, contou Carmem Rios, jogadora de handebol da delegação do Paraguai.
Fora da área de prédios, os atletas contam com uma zona internacional. Na verdade, era para ser um centro de convivência entre eles. Conta com lanchonete, uma agência da Caixa Econômica para troca cambial, salão de beleza, loja com produtos oficiais do Pan e tendas de patrocinadores. Seria o lugar ideal para o tempo de folga. Mas não é.
“Não tem muito o que fazer. Sempre preferimos ficar em baixo dos blocos conversando com os amigos de delegação ou na internet com o familiares. Pos isso acabamos não conhecendo os outros competidores. Só conversamos mais com quem pratica a mesma modalidade e já vimos em outras competições”, acrescentou a colombiana Alcira Ortiz, lutadora de taekwondo.
O que ninguém tenta é arrancar um “oi” simpático da equipe cubana. Por unanimidade, eles foram eleitos os mal-humorados da Vila. De fato, algumas atitudes dão essa impressão. Ontem, três atletas cubanas tentaram comprar um sorvete no quiosque do Bob`s (lanchonete oficial dos Jogos), dentro da Vila. Quando souberam que o Ovomaltine é bebida bem aceita pelos brasileiros, nenhuma quis provar. Simplesmente viraram as costas. Com direito a cara feia.
Para o Brasil, restou a fama da boa hospitalidade e sorrisos acolhedores. “Já vim ao Brasil disputar outras competições e percebi que todos são bacanas”, opinou o lutador colombiano Duwel Perez.
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