Carlos Carone
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Horas a fio trabalhadas, muito estresse e a dor toma conta de todo o corpo. O meio mais rápido para médicos e enfermeiros aplacarem a fadiga no decorrer de longos plantões é recorrer ao conteúdo de uma ampola que tem o poder de proporcionar uma sensação absurda de prazer, bem-estar e euforia.
O vício em morfina nutrido dentro dos hospitais da rede pública de saúde do Distrito Federal é alvo de uma investigação na Corregedoria da Secretaria de Saúde. A sindicância apura o envolvimento de um médico com o consumo ilícito de dolantina, um produto derivado da morfina.
O assunto é tratado como um grande tabu entre os profissionais de saúde. Não existem números oficiais no DF sobre casos de médicos e enfermeiros que desviam o medicamento – usado para reduzir a dor de pacientes terminais – para se autodoparem.
Denúncias anônimas recebidas pela reportagem do Jornal de Brasília dão conta de que existem auxiliares de enfermagem e até médicos que têm acesso aos armários – trancados a chave – onde ficam a morfina e seus derivados.
“Alguns servidores ficam exaustos e abalados emocionalmente por tratarem de pacientes terminais. Alguns deles injetam a morfina na veia, à beira da cama do paciente, que não tem noção do que está acontecendo à sua volta”, resumiu por telefone o denunciante, que não quis se identificar e não fez mais contato.
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