Colocar medalha no peito não indica só o resultado de uma prova. Por trás de colocações e índices, estão anos de história e dedicação. Mais do que lugares ao pódio, medalhas apontam vitórias ou fracassos. É isso que transforma uma prata em decepção e um terceiro lugar em feito inesquecível.
No caso da paulista Poliana Okimoto, a segunda colocação na maratona aquática do Pan do Rio, ontem, na Praia de Copacabana, teve leve sabor de decepção. Resultado comemorado com choro. O bronze do baiano Allan Carmo mereceu festa com familiares e amigos.
A prova marcou a estréia da maratona aquática no Pan. E os norte-americanos reinaram no pódio. Na disputa masculina, Fran Crippen e Charles Peterson foram os mais rápidos. Entre as mulheres, Chloe Sutton levou o ouro. A canadense Tanya Hunks fechou em terceiro.
Todos apostavam em Poliana. O calendário mudou só pela certeza de que o Brasil iria inaugurar o pódio na primeira prova individual. Em vez dos homens, foram as mulheres que largaram primeiro, às 9h. Mas a atleta dos EUA derrubou a previsão. Por um segundo de diferença, arrancou o ouro de Okimoto.
“É louco pensar que uma braçada definiu uma prova de dez quilômetros. Sei que dei o melhor de mim. Esse é o meu máximo. Eliminei até a última gota de suor do meu corpo. O mar estava mexido demais e isso pode ter ajudado algumas atletas e prejudicado outras. A última onda me atrapalhou e não bati o braço na bóia na hora certa”, resumiu a paulista.
A outra representante do Brasil, Ana Marcela Cunha, foi a sexta colocada entre as 17 competidoras. Aos 15 anos de idade, ela é vista como uma promessa da modalidade. Ontem, porém, se atrapalhou com uma das bóias do percurso e perdeu posição.
No masculino, Allan Carmo, aos 17 anos, também promete. Ontem, ele desbancou nada menos que 13 competidores. “Sou novo e isso me faz pensar que ainda tenho muitos pan-americanos pela frente. Mas também revela minha inexperiência. Hoje (ontem) eu acho que errei quando tentei desgarrar do pelotão. Forcei demais e acabei mais cansado do que deveria. Se não tivesse feito isso, poderia ter acompanhado os americanos no final da prova”, avaliou.
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