“Vamos seguir estimulando ações como essa, de união de forças em nome da qualidade de vida dos nossos pacientes”, afirma a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio. Com a chegada da campanha de Outubro Rosa, ação internacional que colore todo o mundo pela conscientização sobre a luta contra o câncer de mama, o Hospital Regional de Taguatinga (HRT), juntou mais de 100 servidores e voluntários para encararem o mutirão para reconstrução de mamas, que significa uma questão de saúde física, bem-estar psicológico e impacto social.
Esta ação encontra-se na sua oitava edição, e pretende, este ano, atender cerca de 60 mulheres com a retirada de um ou os dois seios como tratamento contra o câncer de mama. Nos hospitais de Ceilândia (HRC) e da Asa Norte (HRAN), outras 18 mulheres serão atendidas com o mesmo procedimento cirúrgico.
No lançamento do mutirão do HRT, que aconteceu nesta terça-feira (4), Lucilene Florêncio destacou iniciativas da gestão para ampliação dos planos operacionais dos hospitais regionais e pediu a integração entre as diversas unidades da rede para garantir o atendimento de todos. “Vamos usar toda nossa capacidade instalada seja de equipamentos e de pessoal. Vamos revolucionar a saúde pública do DF”, disse.
Dados da Secretaria de Saúde do DF (SES DF), mostram que, atualmente, a rede pública conta com 11 mamógrafos em operação. Só neste ano, já foram realizados 19.288 exames, o que representa uma média de dois mil por mês. No decorrer deste ano, também foram realizadas 34.623 coletas de material para a detecção do câncer de colo de útero, tema este que também é abordado nas campanhas do Outubro Rosa. Conforme esclarece o professor de medicina do CEUB, Nícolas Cayres, o câncer de útero é um câncer com prevalência alta no meio feminino. “Mas é facilmente evitável se a mulher fizer o exame de prevenção anualmente”, avalia.
Na SES, a Atenção Primária é a principal responsável pela coleta do citopatológico. Até agosto, foram 34.623 coletas de citopatológico na rede pública. De acordo com os dados do Previne Brasil (janeiro – abril de 2022), cerca de 65 mil mulheres do Distrito Federal estão com pelo menos uma coleta de exame citopatológico realizada, considerando os últimos 3 anos, conforme preconiza o Ministério da Saúde.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é o mais letal para as mulheres no Brasil. No DF, são cerca de 12,96 óbitos para cada 100 mil mulheres. Somente em 2022, o órgão estima que sejam registrados 730 novos casos no DF, de um total de 66.280 em todo o Brasil. “O câncer de mama é o que mais mata mulheres no mundo. Por isso campanhas desse estilo são importantes. Essa é uma doença que tem crescido na população feminina”, comenta Nícolas Cayres.
Conforme explica o docente, que é ginecologista, “a mulher deve fazer checkup com o ginecologista, pelo menos, 1 vez ao ano. Nesta consulta, é prudente que o médico avalie as mamas dela e peça exame de imagem”, explica. “Em casa, é interessante a realização do auto-exame da mama, que é, fora do seu período menstrual, a mulher procurar apalpar toda a mama para identificar alguma alteração. Se alguma aparecer, ela deve procurar o médico”, acrescenta o profissional.
Como pontua a enfermeira Mônica Dias dos Reis, O objetivo do Outubro Rosa são as mulheres. “Mulheres que chegam muitas vezes debilitadas, tristes e cabisbaixas, e saem daqui lindas e poderosas”, ponderou. “É a parte humana que está envolvida, não é apenas o cirúrgico”, completou o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Fausto Paguay, um dos voluntários.
Ao todo, são 30 cirurgiões plásticos que trabalham na reconstrução das mamas. Há ainda mastologistas, anestesistas e a equipe de enfermagem, além de tatuadores, responsáveis por fazer o desenho das aréolas dos seios. Antes da alta hospitalar, as mulheres atendidas passam também por sessões de beleza, com novos penteados e maquiagem.
Desde a primeira edição, em 2016, os mutirões de reconstrução de mamas do HRT já atenderam 274 mulheres. Em 2022, a convocação para as cirurgias é realizada de acordo com a lista do Sistema de Regulação da Secretaria de Saúde.