Setor de Diversões Sul é uma área histórica de prostituição. W3 Norte: garotas costumam ficar nas paradas de ônibus. Em Taguatinga, website like this o ponto principal é a Praça do Relógio. “Às vezes, visit this o programa sai diferente do que o combinado. O cliente pode forçá-la a coisas que ela não queira”, buy more about Sandra Gomes, delegada-chefe da Deam.
As portas das lojas e escritórios se fecham e as pessoas terminam mais um dia de trabalho. É hora de voltar para casa. O cenário das principais avenidas, ruas e esquinas da capital federal é preenchido, então, por mulheres de curvas e decotes insinuantes. Estão ali para proporcionar momentos de prazer a quem quiser pagar pelo serviço. Cada uma tem seu preço. Todos os dias, porém, elas se deparam com obstáculos e um caminho repleto de armadilhas, decepções, violência e discriminação. É o preço que muitas estão dispostas a pagar. Dessa forma, vivem as prostitutas.
E elas estão espalhadas por todos os cantos. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), anualmente quatro milhões de mulheres vendem seus corpos em todo o mundo. São chamadas de “mulheres de vida fácil”. Mas ao contrário do que muitos pensam, a rotina de cada uma delas não se restringe a satisfazer os desejos sexuais de um desconhecido. É uma atividade repleta de riscos e humilhação. A reportagem do Jornal de Brasília percorreu as ruas e principais avenidas do Plano Piloto e Taguatinga para mostrar a realidade dessas mulheres. São histórias de solidão, amargura e coragem. Sim, elas estão sujeitas a todo tipo de violência.
No começo deste ano, por exemplo, Ana*, 25 anos, foi surpreendida por um assaltante. Ela estava na calçada em uma das quadras da avenida W3 Norte, no Plano Piloto, quando um carro de cor escura encostou ao lado. De repente, um rapaz a chamou para um programa.
O suposto cliente sacou, então, uma arma e anunciou o assalto. Levou todo o dinheiro e o telefone celular da prostituta. Além disso, obrigou-a, com o revólver apontado para sua cabeça, a fazer sexo sem usar camisinha. “Não denunciei ele à Polícia porque acho que não ia adiantar nada. A Polícia não acredita na gente”, conta.
A delegada-chefe da Delegacia de Atendimento a Mulher (Deam), Sandra Gomes, porém, afirma que não há tratamento diferenciado em relação às prostitutas. “Nós apuramos o crime com a mesma dedicação”, garante. De acordo com Sandra, são raros os casos de violência contra garotas de programa que chegam à delegacia. “Não chega a um caso por semana”, diz. Na maioria das vezes, elas são violentadas e agredidas a socos. “Às vezes, o programa sai diferente do que ela havia combinado com o cliente. Ele pode forçá-la a fazer coisas que ela não queira e dependendo do caso pode configurar estupro”, explica.
Praça do Relógio
O mercado da prostituição também tomou conta da Praça do Relógio, no centro de Taguatinga. Embora a polícia faça rondas rotineiras pela área, andar à noite pelo local se tornou perigoso. Na região, também há consumidores de drogas, principalmente de crack.
A área é demarcada. Duas quadras separaram as mulheres de programa. Em uma delas ficam as mais velhas. As mais novas ocupam uma quadra do outro lado. As jovens prostitutas contam com segurança, contratados por elas, para não sofrer violência durante o programa. Ele é uma pessoa de confiança das garotas e geralmente tem contato com policiais.
A chamada cracolândia – área onde se concentram os consumidores de crack, boa parte moradores de rua – separa uma quadra da outra. No beco escuro se escondem traficantes e adolescentes encarregados de levar drogas às prostitutas. Muitas recorrem às drogas para aguentar de dez a 15 a clientes por dia. “Não vou mentir, mas só uso a cocaína para segurar a onda”, diz Patrícia*, 22 anos. “Quando estou a fim de beber, ligo para os meus amigos e fico a madrugada inteira curtindo.” A disputa pelo ponto muitas vezes termina em briga e uma iniciante tem mais chances de ganhar dinheiro do que uma garota que está há mais tempo no local. Por isso, algumas se mudam para novos ares. “Lá, a gente é novidade e o lucro é maior”, diz Patrícia*, que está há dois anos na W3 Norte.
* Nomes fictícios