Denúncias de maus-tratos, de comportamento abusivo e até mesmo de uma tentativa de homicídio. Esse é o balanço de uma visita à Unidade de Internação do Plano Piloto (UIPP), o antigo Caje. A desativação do espaço é esperada há anos e, desta vez, a promessa é desocupar o local até o fim deste ano.
A visita foi realizada por membros da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados para averiguar como está sendo o atendimento aos adolescentes na unidade e as condições de trabalho dos profissionais.
“Essa é uma unidade que tem que ser destruída. Ela é inadequada do ponto de vista arquitetônico, inadequada como medida socioeducativa. A estrutura física do Caje é uma afronta ao próprio Estatuto da Criança e do Adolescente”, declarou a coordenadora da Frente, a deputada federal Erika Kokay (PT-DF). Ela disse, ainda, que sugerirá à Secretaria da Criança a criação de uma ouvidoria independente para receber denúncias dos internos.
Diálogo
Em uma primeira conversa com o diretor da UIPP, Renato Villela, foram discutidos pontos como a comida oferecida aos internos, a acomodação, a escola, lazer, oficinas extracurriculares e o Plano Individual de Atendimento (PIA).
De acordo com Villela, a UIPP atende aproximadamente 350 adolescentes – entre internos e provisórios – e todos têm acesso à escola. “Estamos com um número enorme de atividades e oficinas. São oito no total. Temos também atendimento com pedagoga, psicóloga, pediatra, psiquiatra”, relatou. As oficinas oferecidas são de informática, mecânica de auto, mecânica de moto, orquestra, artesanato, dentre outras.
