Vale tudo para conquistar uma medalha nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro. Desta forma, os irmãos Adrian e Antoine Jaoude aproveitaram a origem libanesa para criarem um diferencial na disputa da luta livre. Em competição, quando um está em ação e o outro fora, eles trocam informações em árabe sobre a estratégia.
”Eu nasci no Líbano e sou naturalizado brasileiro. Meu irmão nasceu aqui e também fala. Nas competições nacionais, ninguém nos entende”, explicou Adrian Jaoude, de 25 anos, que irá disputar a categoria até 84kg no Rio-2007. “Acho que estamos obrigando os nossos adversários a falarem uma nova língua”, completou.
Irmão mais velho, Antoine Jaoude (30 anos) garante que a comunicação em árabe não é usada para burlar os adversários. “É um costume de nossa família. Desde a infância, sempre fomos ensinados a falar em casa. Não tivemos a intenção de enganar”, avisou o atleta, medalha de prata nos Jogos Pan-americanos de Santo Domingo na categoria até 96kg.
Além de trocarem instruções, os irmãos da luta livre também costumam treinar juntos. Com 12 kg de diferença, eles precisam manter o alerta ligado para evitarem contusões, como aconteceu, por exemplo, na esgrima, quando Athos Schwantes feriu sem intenção o irmão Ivan, que acabou cortado do Pan.
“Já aconteceu uma torção no dedo, contusões leves. São coisas normais, até porque emprestamos nosso corpo ao companheiro de equipe”, disse Adrian. “É um momento em que procuramos ter mais cuidado. O ideal era termos reservas na equipe, treinando com atletas do mesmo peso, mas infelizmente não é possível”, completou Antoine.
Em seu terceiro Pan-americano e com experiência até nos Jogos Olímpicos de Atenas, Antoine tem confiança de que o irmão Adrian, estreante no evento, consiga um bom resultado no Rio de Janeiro. “Ele melhorou muito, adquiriu experiência. Fizemos uma preparação na Bulgária de um mês e meu irmão até ganhou um round de um pentacampeão mundial”, lembrou.
Confiante, Adrian se mostra preparado em alcançar o lugar no pódio dos Jogos Pan-americanos. “Meu objetivo é trazer uma medalha, é o que quero, estou muito confiante. Claro que o momento e o sorteio das chaves terão uma grande influência na competição”, finalizou o irmão mais novo.
Balanço
A equipe brasileira de lutas está muito otimista em alcançar o melhor desempenho no Pan. Na história da competição, o país tem somente três medalhas de prata. “Em minha visão, estamos com chances reais de ganhar três medalhas só aqui”, destacou o chefe de delegação da modalidade, Gilberto Ribeiro.
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