Tainá Morais
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Um jovem de 18 anos foi preso em flagrante, no Conic, com 250 microsselos de uma nova droga sintética. O mais curioso, segundo o delegado da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), Luiz Henrique Dourado, é que o entorpecente é desconhecido até pelo Ministério da Saúde. “Ela não está registrada nem mesmo nas listagens de drogas proibidas, por ter sido lançada há pouco tempo no mercado”, explica.
Por meio de denúncia anônima, a Polícia Civil do Distrito Federal soube que o rapaz havia combinado a venda do produto pelas de redes sociais. O suspeito foi surpreendido pelos policias na manhã de terça-feira (2), logo que chegou próximo a uma lanchonete do Conic.
À ocasião, ele portava os microsselos do produto ilícito. Segundo ele, a droga seria repassada sob o valor de R$ 1,6 mil. “Ficamos monitorando o rapaz para tentar realizar a prisão em flagrante. Percebemos a atitude suspeita, como se estivesse procurando alguém. O abordamos e encontramos a droga sintética”, diz Dourado.
O nome do suspeito não foi divulgado porque ele está colaborando com as investigações. Conforme a estratégia da polícia, a veiculação poderia comprometer a identificação de outros envolvidos no caso.
Efeitos
Detalhes dos efeitos da droga ainda são desconhecidos. No entanto, sabe-se até então que o consumo pode levar o usuário à morte. O delegado chegou a fazer uma comparação com o caso Ana Carolina, que morreu após ingerir um entorpecente desconhecido.
“É uma droga que está sendo comercializada como se fosse outra já conhecida, mas não é. Pode ser que não aconteça nada, mas também pode ser que leve a pessoa a óbito, assim como aconteceu com Ana Carolina, que morreu após comprar uma droga sintética em uma festa achando que era ‘bala’ (LSD)”, afirma Luiz Henrique Dourado.
Nas ruas do DF, a droga pode ser vendida por até R$ 15. Já nas festas, o mesmo produto pode custar até R$ 50. O traficante confessou o crime e disse à polícia que não sabia que se tratava de uma droga desconhecida. O delegado, no entanto, garante que os suspeitos comercializam a droga justamente por saberem que ela não era reconhecida pela Saúde.
No Brasil, não há fábrica do produto. Ainda segundo a corporação, a droga é transportada da Holanda, por meio de navios, para cá. As investigações continuam para a possível identificação de maios envolvidos neste tráfico e de quem está responsável pela transportação do entorpecente.
O acusado, que não tinha passagens pela polícia, alegou que trabalhava para terceiros. Ele foi autuado por tráfico clandestino de medicamentos e, caso condenado, pode pegar de 10 a 15 anos de prisão.