O serviço de home care da Secretaria de Saúde já oferece tratamento domiciliar para 17 pacientes crônicos transferidos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de vários hospitais, numa iniciativa pioneira no setor publico. “A ação faz parte de um planejamento para ampliar o número de leitos de UTI”, informa o secretário de Saúde Rafael Barbosa.
Todos os 17 pacientes beneficiados residem no Distrito Federal e são de cidades como Ceilândia, Brazlândia, Itapuã e Guará. “O número de transferências vem subindo de forma cuidadosa. As remoções são programadas e também dependem das condições da residência”, informa a gerente substituta de Assistência Intensiva da SES, Marta Braga. “A meta é atingir 40 pacientes internados o quanto antes”, diz.
Implantado no início de novembro de 2012, o Serviço de Atenção Domiciliar de Alta Complexidade (SAD-AC) da SES, traz várias vantagens. Os pacientes transferidos recebem o mesmo nível de assistência oferecida dentro das unidades hospitalares, porém com o conforto do lar, a segurança necessária aos cuidados e a humanização que deve ser dispensada à atenção a saúde.
Satisfação
De acordo com a Gerência de Assistência Intensiva da SES, a satisfação das famílias dos pacientes transferidos é grande. “Levá-lo pra casa era tudo o que eu mais queria na vida”, diz a estudante do curso técnico de enfermagem, Renata Gomes Ribeiro. O filho dela, Luis Renato, de cinco anos, foi um dos primeiros a ser beneficiado com o serviço, em dezembro passado.
Luis Renato sofre de uma síndrome que causa atrofia muscular e insuficiência respiratória, o que o obriga a estar ligado a um respirador o tempo todo. Segundo a mãe, a adaptação à casa foi tranquila, apesar de o garoto ter vivido desde os três meses de idade na UTI do Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB) ”Ele adorou vir para casa, até chora com medo de voltar para o hospital”, conta Renata.
Para ser incluído no tratamento domiciliar, o paciente que depende de aparelho de ventilação mecânica para respirar deve ser classificado pela equipe médica como de alta complexidade. Além disso, é obrigatório que o doente more no Distrito Federal em condições adequadas às exigências necessárias à assistência em casa.
A Secretaria de Saúde disponibiliza todos os equipamentos, medicamentos, dietas, tratamentos, exames e recursos necessários para assistência do paciente em casa. A internação domiciliar inclui atendimento individualizado e humanizado, nas 24 horas do dia. O atendimento abrange desde casos simples, como curativos e aplicação de medicamentos, até procedimentos mais complexos como ventilação mecânica.
Uma equipe multidisciplinar de saúde formada por médico, enfermeiro, nutricionista e fisioterapeuta cuida do paciente. Um técnico de enfermagem permanece 24 horas por dia, sete dias por semana, junto ao paciente e é responsável pelo manuseio dos equipamentos.
A SES-DF contratou a empresa Medilar, de São Paulo, por meio de licitação, para fornecer o serviço de home care aos pacientes da capital federal. A iniciativa, além de favorecer as famílias e os pacientes, proporciona economia aos cofres públicos. “Cada paciente internado numa UTI tem um custo médio de R$ 3 mil por dia à SES. Já a diária do serviço custa cerca de R$ 1,2 mil”.