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Brasília

Incêndio criminoso já queimou um terço da Flona

Área de conservação nacional já teve mais de 1,2 mil hectares atingidos desde o início das chamas

Vítor Mendonça

04/09/2024 11h55

flona incendio

Foto: Vitor Mendonça / Jornal de Brasília

O combate às chamas que iniciaram ontem na Floresta Nacional de Brasília continua nesta quarta-feira (4). De acordo com o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o incêndio foi criminoso e já consumiu, até o momento, 1.200 hectares da reserva, cerca de um terço da área de conservação. A fumaça foi vista de diversos pontos do DF ontem e deve continuar a agravar a seca hoje.

O trabalho dos bombeiros e brigadistas do ICMBio irá priorizar chácaras, nascentes e matas de galeria, que se estendem ao longo do curso dos rios da região. De acordo com o major Godoy, coordenador ambiental responsável pela logística de combate ao incêndio, o fogo não iniciou em um único foco, mas sim em pelo menos três.

“Os focos estavam distantes em cerca de um quilômetro, o que chamamos de múltiplos focos e indica fogo criminoso”, destacou. “O fogo normalmente anda em linha, mas não foi o que aconteceu. Ele começou no caminho de Brazlândia. […] O vento foi um fator complicador nesse contexto, porque ele vai trazendo o fogo para dentro do Parque”, explicou. A área mais afetada foi a composta por eucaliptos.

De acordo com o chefe da Flona, Fábio Santos, o fogo ainda não foi controlado e deve aumentar ao longo do dia, conforme a umidade do ar vai diminuindo e a temperarura aumentando. A vegetação seca favorece a propagação das chamas e a característica da floresta difere da do Cerrado. Dentro da reserva, predominam árvores mais altas e uma mata mais fechada, o que tambem dificulta o combate às chamas.

O major Godoy afirma que, em razão dos fortes ventos, fagulhas voam facilmente e se espalham com potencial de alcançar de 50 a 100 metros de distância desde o ponto de origem. Por essa razão, parte dos esforços se concentra em proteger as chácaras ma área rural de Brazlândia e Ceilândia, uma vez que as fagulhas podem atravessar pistas e trazer mais prejuízos à comunidade.

Na manhã desta quarta-feira, o CBMDF utilizará um avião com capacidade para 3 mil litros de água para ajudar no combate às chamas. Os caminhões da corporação, seis empenhados na operação, têm capacidade para 3,5 mil litros.

Queimadas no DF

Ao todo no DF, foram mais de 14 mil hectares queimados neste ano. A média histórica, segundo o CBMDF, é de 23 mil hectares por ano. O recorde registrado foi em 2022, com 40 mil hectares queimados. “Ainda estamos dentro da normalidade, mas setembro promete”, afirmou o major.

Dentro da Flona, a presença praticantes de esportes de aventura são frequentes, mas enquanto o fogo durar o parque ficará fechado. “Pedimos para suspender e evitar qualquer tipo de atividade física na área neste momento porque a área é muito perigosa, com muitas árvores caindo e condições arriscadas. O fogo ainda está ativo. Fazemos esse apelo”, pediu o major.

“Pedimos que os proprietários das chácaras não usem o contrafogo, uma estratégia de combate defensivo, porque isso acaba prejudicando e criando novas linhas [de incêndio]. Solicitamos que não se faça uso de fogo para lixo também. As fagulhas voam em grandes distâncias”, complementou.

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