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Brasília

IDP firma parceria com Sejus-DF para promover letramento racial em instituição privada

Primeira universidade privada a aderir ao programa de letramento racial, o IDP oferecerá capacitações gratuitas para estudantes, professores e colaboradores, após casos de injúria racial ganharem repercussão

Redação Jornal de Brasília

21/10/2025 16h01

Foto: Jhonatan Vieira, Ascom/Sejus-DF

Foto: Jhonatan Vieira, Ascom/Sejus-DF

Foi publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta terça-feira (21) o extrato do Acordo de Cooperação Técnica nº 03/2025, firmado entre a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF) e o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP). A parceria visa promover ações educativas voltadas à formação em direitos humanos e igualdade racial, com foco na capacitação gratuita de estudantes, professores e colaboradores da instituição.

O IDP se torna a primeira instituição privada a aderir ao programa de letramento racial, que busca ampliar iniciativas educativas para combater injúrias raciais no ambiente acadêmico. A ação surge após episódios de racismo dentro da universidade, que motivaram a instituição a buscar uma resposta institucional.

A principal medida prevista é a implementação do curso de letramento racial, que oferecerá capacitações, palestras, eventos e ações sociais, fortalecendo a conscientização sobre o racismo estrutural e a promoção da inclusão.

A dor de ser alvo de racismo ainda ecoa na memória de Laryssa Shneider, 26 anos, estudante de publicidade e propaganda do IDP. No início deste ano, ela sofreu um ataque racista em um grupo de WhatsApp da faculdade, episódio que resultou na expulsão do agressor.

“Eu me senti humilhada, e o pior foi perceber que muitos colegas não entenderam a gravidade do que aconteceu. Achavam que era só uma piada”, contou Laryssa. Outro incidente recente, envolvendo a divulgação de um vídeo de teor elitista e discriminatório por um aluno, reforçou a necessidade de ações educativas.

Dados da Secretaria de Segurança Pública do DF mostram que os ambientes escolares foram o terceiro local com mais registros de injúria racial em 2024, representando 10,9% dos casos. Pesquisa do Instituto de Pesquisa e Estatística do DF revelou que 18% dos estudantes negros afirmaram ter sofrido racismo nas escolas, enquanto 59% dos professores relataram que o preconceito mais comum em sala de aula está relacionado à raça ou etnia.

“O racismo não depende de intenção, depende de ignorância”, afirmou a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, durante a assinatura do acordo. “Quando a gente entende o impacto das nossas palavras e atitudes, não pode mais fingir que não sabe. O letramento racial é um caminho para construir espaços mais justos, acolhedores e seguros para todas as pessoas.”

O subsecretário de Direitos Humanos e Igualdade Racial, Juvenal Araújo, destacou o comprometimento da instituição com a prevenção: “O IDP buscou o apoio da Sejus para transformar uma situação negativa em oportunidade de mudança. Agora, vamos oferecer formação contínua, que prepara não só para reagir, mas para prevenir atitudes discriminatórias.”

O curso integra o Programa de Letramento Racial, criado pela Sejus-DF em abril deste ano, que já realizou oficinas e palestras em escolas públicas do DF, alcançando centenas de alunos, professores e servidores. Com o acordo formalizado, o IDP passa a ser a primeira instituição privada a participar oficialmente do programa, que pretende expandir sua atuação para outros espaços educativos, públicos e privados.

As ações serão desenvolvidas em articulação com o Conselho Distrital de Promoção da Igualdade Racial, com o objetivo de fortalecer a cidadania, proteger os direitos humanos e construir ambientes mais inclusivos no Distrito Federal.

Com informações da Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF)

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