Histórias de cuidado, amor e superação marcaram a manhã desta segunda-feira (17) no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), durante a abertura da Semana da Prematuridade. Mães, pais e familiares se reuniram com a equipe da Unidade de Neonatologia para trocar experiências, compartilhar relatos e celebrar a vida dos bebês atendidos no setor.
“Há três meses que estou aqui e vemos o acolhimento, vemos que somos valorizadas. Não só os bebês, mas as mães também. Fico muito feliz”, relatou Thaís Lima, 34 anos, acompanhando a filha Stella, nascida na 29ª semana de gestação e com apenas 545 gramas ao nascer. O cuidado multidisciplinar e o apoio psicológico proporcionaram à mãe um acompanhamento diário, fortalecendo o vínculo com a filha.
Laços de afeto
Enya Araújo, 29 anos, também compartilhou sua experiência. Esperando o primeiro filho para dezembro, Enya teve o parto antecipado no início de novembro, com o bebê Luan pesando 950 gramas. “Viva o SUS, porque ele realmente salvou a minha vida e a vida do meu filho”, agradeceu. O apoio do pai britânico, Ace Ahmed, de 27 anos, que não fala português, destacou a importância de laços afetivos, mesmo diante de barreiras linguísticas. A enfermeira Raiana Vieira ressaltou: “A mulher está em um período de muita sensibilidade emocional, precisando ser acolhida, ouvida e abraçada”.
A psicóloga Denise Percílio reforçou a relevância da família no cuidado neonatal: “Os pais são parte fundamental do processo, assim como a visita dos avós ou de outras figuras de apoio, como vizinhas. Esse vínculo amplia o conceito de família e fortalece a rede de cuidado”.
Ciência e sensibilidade
O HRC organiza a rotina neonatal considerando a permanência prolongada de bebês de baixo peso. Existem as “mães diaristas”, que permanecem no hospital durante o dia mesmo após alta, e as “mães nutrizes”, responsáveis pela amamentação. O contato físico e a amamentação são estimulados desde os primeiros momentos. Após a UTI neonatal, os bebês seguem para a Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais Canguru, onde o vínculo materno é intensificado, sempre acompanhado da equipe conforme a saúde e o ganho de peso da criança.
“Cada cuidado é específico e baseado em evidências científicas. Lidamos com verdadeiros guerreiros que se superam a cada dia. É muito gratificante devolvê-los às famílias”, destacou a enfermeira Raiana Vieira.
Dia da Prematuridade
O Dia Nacional da Prematuridade, a Semana da Prematuridade e o Novembro Roxo foram oficializados em setembro de 2025 pela Lei nº 15.198, que reforça a importância de políticas públicas para reduzir a mortalidade neonatal e garantir cuidados especializados, como o método canguru.
No Distrito Federal, somente em 2024, 4,2 mil crianças nasceram antes das 37 semanas, representando cerca de 12,83% dos partos, evidenciando a necessidade contínua de atenção, acolhimento e tratamento especializado para os recém-nascidos prematuros.
Com informações da Secretaria de Saúde