“Arrasta, Luciano!” O grito de incentivo que ajuda Luciano Corrêa na hora das decisões sai da boca do pai, seu Raimundo da Paixão Corrêa. Isso se repete desde os quatro anos de idade, quando o judoca começou nos tatames. Matriculado pela mãe, Antonia Ribeiro de Almeida Corrêa, ele logo se apaixonou pelo esporte.
Luciano é o caçula de uma família de três irmãos; e o único homem. Conciliava o judô com o estudo de violino, na Escola de Música de Brasília. Mas, aos 12 anos, o professor o colocou na parede, para escolher entre a música ou o esporte. Ele não teve dúvidas. “O Luciano sempre foi muito disciplinado e empenhado em seus objetivos. Desde pequeno sabia o que queria. Teve uma época que ele chegou a vender jornal na rua para ter o seu próprio dinheirinho”, lembra a mãe.
O atleta treinou em Brasília até os 16 anos, com o mestre Ivanez Peixoto, quando foi convidado a integrar a equipe do Minas Tênis Clube de Belo Horizonte, onde mora até hoje. Cursou Administração e Marketing e, atualmente, faz pós-graduação em Recursos Humanos.
Característica marcante do atleta é a religiosidade. Ele sempre carrega em sua mochila uma imagem de Nossa Senhora Aparecida e uma garrafa com água benta. Prova dessa fé foi o Mundial de Judô, no Cairo, Egito. Cerca de 15 dias antes, ele teve uma lesão no tornozelo e correu o risco de ser cortado da seleção. “Foi um milagre a medalha de bronze. Ele ia ser cortado, quando eu entreguei para ele as pílulas de Frei Galvão e uma garrafa de água benta. Dias depois o médico disse que ele estava liberado para competir”, revela a mãe.
Luciano é muito ligado à família. A madrinha e irmã mais velha, Jeane Ribeiro, é sua confidente e “segunda mãe”. Sempre que possível, os dois conversam pela internet para ele matar a saudade de casa. Já o xodó do judoca é sua sobrinha e afilhada, Camila Corrêa, de um ano de idade. Todas as vezes que ele liga para casa, quer falar com a mascote da família. “A primeira pessoa com quem o Luciano falou quando se classificou para o Pan foi a afilhada”, disse a irmã Viviane Ribeiro, mãe de Camila.
Em relação ao Pan, o atleta mostra-se confiante. No dia 1º de julho, ele voltou de um treinamento na França, onde os atletas da seleção lutaram contra os donos da casa, Japão e Rússia. “Fizemos um treinamento muito bom. O estilo europeu é bastante parecido com o de Cuba, o que pode nos favorecer”, disse.
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