Um homem de 35 anos identificado como Nilbert Meira de Oliveira foi alvo da Operação Venastus Dolo da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) nesta terça-feira (23). A investigação da 5ª DP se iniciou após uma denúncia de estelionato. O homem usava identidades falsas e enganava as vítimas com quem se relacionava, prometendo retorno financeiro. O esquema de Nilbert ficou conhecido como “pirâmide do amor”.
Nilbert possui um histórico extenso de crimes, incluindo a morte do pai em Pernambuco, para obter o dinheiro do seguro de vida, avaliado em R $400 mil. Como o delegado Rafael Catunda contou ao Jornal de Brasília, a vítima estava desconfiada das atitudes do namorado e registrou uma ocorrência na delegacia. “Ele falava para ela que era investidor ou que ela estava trabalhando, muito que ela precisava descansar mais”. O investigado também a orientava a investir o dinheiro para ter um retorno e não precisar trabalhar tanto.
A vítima fez um investimento com ele em um aplicativo pirata baixado no celular dela. Como Rafael descreveu, Nilbert sempre enrolava a mulher com alguma desculpa e ela começou a desconfiar e procurou as autoridades. “Nós vimos que o nome que ele tinha dado para ela não correspondia com a pessoa dele”. A investigação chegou a identidade de Nilbert e no sistema constava que ele já tinha várias ocorrências no Piauí com o mesmo modus operandi.
Ele se relacionava com mulheres na faixa de 40 anos, solteiras ou divorciadas. O golpista conquistava a confiança delas, as convencia a fazer esse investimento, para enrolar essas mulheres. “Até uma hora que as vítimas começavam a ficar mais nervosas e ele passava a ameaçá-las dizendo que ia matá-las e também a família delas”. Depois ele veio para o DF e começou a aplicar esse tipo de golpe.
Já foram identificadas outras duas vítimas com o mesmo modus operandi. Catunda acredita que tenham outras vítimas além dessas. Porque, como o delegado explicou, Nilbert tinha uma rede de contatos muito grande e muitas vezes as vítimas ficam com vergonha e medo de denunciar. “Uma vítima que a gente identificou falou o seguinte: se vocês não viessem atrás de mim e eu visse que ele era esse golpista, eu não ia procurar a polícia”.
Crimes investigados
Para prender Nilbert, a polícia tinha a informação que ele estava com a intenção de se mudar. “Esse tipo de criminoso atua ficando em uma cidade até a hora que a fonte seca, as vítimas começam a ver que ele é um golpista e não era o que aparentava ser quando andava sempre de terreno Armani e com um relógio caro”. Então ele se muda para começar de novo em outro lugar.
O suposto autor dos estelionatos foi monitorado e o carro dele foi encontrado no setor militar em um local próximo do trabalho de uma das vítimas. “Ele estava conversando com ela na hora da abordagem policial e a puxou para dentro do carro para fugir”.
Nilbert atravessou o meio fio, o canteiro de obra, o balão, e após estourar o pneu, fugiu com o carro. Ele foi parar na 708 norte, onde largou a vítima e foi até 705 Norte para abandonar o carro. Com o apoio da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), os policiais cercaram as proximidades e começaram a varredura, e conseguiram capturar o investigado.
O suspeito foi preso com um mandado de prisão preventiva que foi expedido pelo juizado de violência doméstica. Um dos relatos de uma das vítimas é de que no dia 23 de dezembro de 2022, ele a perseguiu com uma identidade falsa. Ele tinha sido preso anteriormente por matar o pai da vítima.
Ele vai responder por estelionato qualificado, associação criminosa, ameaça, lavagem de dinheiro, violência patrimonial e psicológica. Se somadas, as penas máximas desses crimes mencionados resultam em 21 anos e seis meses de prisão.
