O Governo do Distrito Federal (GDF) destinou, em 2025, R$ 23 milhões exclusivamente para a manutenção do Programa de Terapia Nutricional Enteral Domiciliar (PTNED). Pioneira no Brasil, a iniciativa é referência nacional em suplementação alimentar gratuita para pacientes em tratamento domiciliar. Coordenado pela Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), o programa registrou aumento superior a 60% no número de atendimentos nos últimos sete anos.
O PTNED faz parte da rede de Atenção Ambulatorial Especializada, o que significa que o acesso ocorre mediante encaminhamento médico, e não de forma espontânea. Atualmente, o DF conta com 182 unidades básicas de saúde (UBSs), 14 hospitais e 115 ambulatórios especializados aptos a avaliar a necessidade dos pacientes e direcioná-los ao programa.
Segundo o diretor de Atenção Secundária da SES-DF, Geandro Dantas, a procura pelo atendimento tem sido constante.
— É um investimento de alto custo, mas que comprova a preocupação do GDF com a saúde da população — afirmou.
Os beneficiários recebem, sem custos, fórmulas nutricionais hipercalóricas e hiperproteicas, além de insumos como frascos e equipamentos necessários para administração das dietas. O tempo de permanência varia conforme a condição clínica: pacientes que usam sonda permanecem enquanto houver necessidade, enquanto aqueles em risco de desnutrição seguem até alcançarem estado nutricional adequado.
A gerente substituta de Serviços de Nutrição, Carolina Cunha, explicou que o cadastro ocorre após avaliação multiprofissional.
— O paciente passa por médico, nutricionista e assistente social. Recebe a prescrição da dieta e agenda a retirada na Central de Nutrição Domiciliar. Muitos já saem do hospital com encaminhamento, mas quem não tiver orientação pode procurar a UBS mais próxima — destacou.
Impacto na vida dos pacientes
A atendente de farmácia Irenilda Dias de Souza contou que sua mãe, de 88 anos, diagnosticada com Alzheimer e insuficiência cardíaca, encontrou no programa uma forma acessível de receber a suplementação necessária.
— Fiz o cadastro logo após a alta e, em menos de 30 dias, já estava retirando o suplemento. Uma lata dura quase dois meses, algo que não teríamos condições de comprar por conta própria — relatou.
Já a dona de casa Eliene Tavares, filha de uma paciente de 89 anos, afirmou que antes o alto custo das fórmulas comprometia o orçamento familiar.
— Antes, a gente tirava da boca para comprar as latas, que custam até R$ 150. Agora, com o apoio do GDF, não precisamos mais escolher entre comida e suplemento. Minha mãe ganhou uma nova chance de recuperar peso e qualidade de vida — disse.
Referência nacional
Atualmente, cerca de 4 mil pacientes estão cadastrados no programa. O número deve crescer nos próximos anos devido ao envelhecimento da população e ao aumento dos casos de doenças crônicas.
— Outros estados e municípios nos procuram para entender como funciona o PTNED. O pioneirismo do DF mostra que estamos no caminho certo, oferecendo atendimento gratuito, de excelência e totalmente custeado com recursos locais, sem repasses federais — concluiu Geandro Dantas.
Com informações da Agência Brasília