Elisa Costa
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Nos últimos dias, a população brasiliense se deparou novamente com a alta de preço da gasolina na capital, que está custando R$ 6,89 em alguns postos de combustível. A gasolina sofreu um reajuste de 3,5% na semana passada, de acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
De acordo com o mais recente levantamento do Índice de Preços Ticket Log (IPTL), o Centro-Oeste foi a região com o preço mais alto de gasolina e etanol no início do mês de agosto, em comparação com o mês de julho. O índice registrou uma alta de 1,99% no valor da gasolina e uma alta de 1,63% no valor do etanol.
Na primeira semana de agosto, o preço médio da gasolina comum no DF era de R$ 6,30, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A alta acumulada do valor chegou a 51%.
O aumento do preço causou impacto no trabalho dos motoristas por aplicativo no DF e na população que usa esse serviço: Durante todo o mês de agosto, diversos cidadãos afirmaram estar com dificuldades em encontrar motoristas disponíveis para realizar corridas. O Sindicato dos Motoristas Autônomos de Transportes Privado Individual por Aplicativos no DF (Sindmaap-DF) estimou que 20% dos profissionais que trabalhavam com a plataforma desistiram, porque muitos estão pagando para correr. O sindicato cita a falta de segurança, o atraso para o reajuste de tarifas e a elevação do preço da gasolina como os maiores problemas atuais dos motoristas de aplicativos.
A brasiliense Karina Pinato, de 31 anos, trabalha como motorista de aplicativo na capital e contou em entrevista os motivos desse tipo de serviço estar se tornado quase inviável: “O aumento da gasolina causa um impacto muito alto e perceptível, mas o que nos afeta também, são as tarifas dos aplicativos que estão defasadas há muitos anos. Normalmente, quando um funcionário presta serviço a uma empresa, ele aumenta seu valor ao longo dos anos, onde eu trabalho hoje em dia, esse valor está diminuindo. Estamos ganhando 50% a menos do que ganhavamos á dois anos atrás. Temos assim, uma perda muito grande de valor do nosso trabalho”.
A motorista trabalha como parceira de uma empresa, que não determina vínculos empregatícios, porém, ela declarou que a instituição interfere no pagamento por corrida e o valor tem sido bem menor que antes. Por outro lado, o preço das corridas aumentou para os passageiros, mas os motoristas continuam ganhando a mesma coisa. Karina recebeu a justificativa de que se os motoristas passassem a receber um valor mais alto, a demanda de clientes diminuiria.
Há algumas semanas, Karina registrou uma taxa média de cobrança da empresa sob seus ganhos de 28%, sendo que em 2019 a taxa era fixa, de 25%.
“Muitos passageiros estão reclamando pela falta de motoristas ou corridas canceladas, mas eles não têm a percepção que nós temos desse problema. A gasolina está cara, a comida está cara, tudo subiu o preço, menos o valor do nosso trabalho”, contou Karina a respeito da situação que têm vivido.
GDF propõe redução de 3 pontos percentuais em tributos de combustíveis
Nessa terça-feira (24), o Governo do Distrito Federal (GDF) enviou à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) um Projeto de Lei que prevê a redução da alíquota de ICMS cobrada sobre os combustíveis (imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços). Atualmente a alíquota é de 28% para a gasolina, e 15% para o diesel. A proposta é baixar a alíquota para 25% e 12%, respectivamente.
De acordo com o governador Ibaneis Rocha e o secretário de Economia do DF, André Clemente, o ICMS não determina o valor cobrado ao consumidor, mas sim, a cotação do dólar, o cenário econômico, o lucro da Petrobras e tributos federais. O ICMS tem o intuito de reduzir o tributo praticado na cidade, sendo que essa redução pode pressionar a redução inflacionária de produtos essenciais e consequentemente, diminuir preços para os consumidores.