Menu
Brasília

Farmácias com consultórios serão tendência no futuro

Isso foi possível, segundo ela, graças à Lei 13.021, de 2014, que determina a farmácia como estabelecimento de saúde, conforme diz o artigo 3º do documento

Vítor Mendonça

20/01/2022 5h06

Foto: Agência Brasil

A principal tendência no setor farmacêutico do Distrito Federal é a disponibilização de espaço para consultórios, de acordo com a Conselheira Federal de Farmácia do DF (CRF/DF) e doutora em ciências médicas, Gilcilene Chaer. Neste Dia do Farmacêutico, a especialista entende que a prestação do serviço poderá trazer mais pessoalidade entre paciente e profissional, colaborando com e desafogando o Sistema Único de Saúde (SUS).

Dra. Gilcilene Chaer, Conselheira Federal de Farmácia do DF

“As farmácias estão tendo consultórios farmacêuticos para o atendimento de pacientes com diabetes, hipertensão, entre outros. Eles estão lá para ajudar a ter a saúde restabelecida”, destacou. A tendência é tida pela conselheira como um próximo passo na atenção básica à saúde da população, com um resgate do contato mais próximo entre o profissional e aqueles que chegam às farmácias.

Isso foi possível, segundo ela, graças à Lei 13.021, de 2014, que determina a farmácia como estabelecimento de saúde, conforme diz o artigo 3º do documento. “Farmácia é uma unidade de prestação de serviços destinada a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva […]”, consta o primeiro trecho.

Prova disso, segundo Chaer, é a possibilidade de realizar testes contra a covid-19 nas farmácias da capital, que estão sendo cada vez mais demandados  nos estabelecimentos em questão do DF, a ponto da Secretaria de Saúde firmar acordo de participação no atendimento a pacientes com a suspeita da doença pandêmica.

Neste período de combate ao novo coronavírus, foram feitas fiscalizações pelo CRF/DF para que, em todas as farmácias da capital, a população tenha acesso aos farmacêuticos nos estabelecimentos. “Muitas vezes eles não estavam presentes para prestar auxílio à população. Mas agora isso mudou e a população nos busca para tirar dúvidas”, disse.

Um dos maiores desafios não só durante a pandemia, mas também em todos os anos da profissão, é a automedicação de pacientes. As prováveis novas formatações das farmácias terão também o intuito promover o uso racional dos medicamentos, de acordo com a conselheira.

“As farmácias do DF têm colaborado, além do atendimento, na parceria com o SUS. Principalmente no uso dos medicamentos. Nesses últimos anos [da pandemia], houve uma busca desenfreada de medicamentos”, afirmou. Com o surto da gripe no fim do ano passado, boa parte da população buscou drogas sem nenhuma prescrição médica e sem entenderem os riscos à saúde que poderiam ser gerados. Em alguns casos, quem realmente precisava de algum fármaco, não o encontrou devido à corrida pelos medicamentos.

“Um dos que as pessoas buscam muito e sem saber os riscos é o Paracetamol. Em pacientes com problemas hepáticos, o uso pode levar a uma cirrose e até levar a óbito, dependendo da dosagem e do uso. A mesma coisa com a Aspirina, que é um anticoagulante. Se for tomado enquanto se está com dengue, por exemplo, aumenta-se o risco de hemorragia”, alertou.

Celebração ao farmacêutico

Neste dia, Chaer destaca a coragem do profissional farmacêutico, que enfrenta, todos os dias, o risco de contaminação nos atendimentos. Ela também estende o trabalho desempenhado aos balconistas, que auxiliam na prestação de serviço à saúde.

“Quero parabenizar a todos os mais de 10 mil inscritos no CRF do DF. Vocês são fundamentais para as vidas, para a promoção da saúde em nossa cidade. As farmácias não fecharam as portas em nenhum momento. Para a população, eu deixo um recado: antes de ir a algum estabelecimento de saúde, se possível, procure um farmacêutico. Isso vai desafogar o sistema público”, afirmou.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado