Menu
Brasília

Falta de profissionais interrompe atendimentos

Arquivo Geral

03/11/2014 7h55

Quem procurou a emergência do Hospital Regional de Planaltina (HRP) na manhã de ontem em busca de pediatra ficou  sem atendimento. Crianças e adolescentes não puderam se consultar porque, segundo a Secretaria de Saúde, o médico teria apresentado atestado de última hora. Além disso, outra situação incomum teria paralisado os serviços. Pacientes tiveram de esperar o fim de uma faxina para serem examinados.

“Eu não queria vir aqui justamente por isso. Sempre é assim. Se a gente precisa de atendimento, não tem. Meu filho precisa de pediatra, e agora? Fiquei três dias em casa com ele, comprei remédio, fiz de tudo para não precisar vir ao hospital”, desabafou a diarista Eliane Monteiro,   46 anos.

O filho, de 15 anos, apresentava febre, diarreia e vômito. O menino mal conseguia se levantar. Ele ficou o tempo todo deitado no colo da mãe, com dores no estômago.  “Este hospital está largado. Agora, vou orar para meu filho melhorar logo. É um matadouro isso. A pessoa vem para cá, em um domingo de manhã, e não sabe se sai no mesmo dia”, reclamou.

Outros pacientes relataram  que, por volta das  7h, a emergência estava completamente parada por conta da faxina no local. “Eles começaram a chamar só depois das 10h30. Antes, disseram que a emergência estava sendo limpa e, por isso, não podíamos ser atendidos”, disse o ajudante de pedreiro Genivaldo dos Santos, 38.

Com fortes dores no corpo, o homem estava com medo do que poderia acontecer. “O que estou sentindo não é normal. É muita dor. E o pior é que nem sei se vou conseguir atendimento”.

Saiba mais
 
Pelo menos 60 pessoas aguardavam atendimento do lado de fora dos corredores do Hospital Regional de Planaltina, que atende também pacientes da Região Metropolitana do DF.
 
No ano passado, o Sindicato dos Médicos do DF  verificou o número insuficiente de pediatras,  clínicos,  neonatologistas,  ortopedistas e anestesistas nesta unidade.
 
A Procuradoria Geral da República recomenda que quem buscar atendimento na rede pública de saúde do DF e não conseguir  deve receber certidão que comprove o motivo da recusa.
 
Caso será apurado
 
A situação chamou a atenção da própria Secretaria de Saúde. Segundo o órgão, os gestores da unidade vão apurar o ocorrido, pois a limpeza da emergência é feita diariamente, em vários períodos, e não há a necessidade de paralisar o serviço. Ainda segundo a pasta, a higienização geral de áreas estratégicas, como os centros cirúrgico e obstétrico, que acontece aos fins de semana, “não chega à emergência, justamente por ter grande demanda de pessoas”.
 
Ainda assim, quem aguardou o atendimento após a justificativa de limpeza ressalta que o aviso foi dado pelos servidores. “Estou aqui desde as 6h e eu ouvi. Disseram para esperar porque a emergência estava sendo limpa. O que é absurdo, porque saúde é prioridade. Na minha cabeça, isso é mentira. Devia estar sem médico, aí eles vieram com isso”, afirmou a auxiliar de cozinha Vanusa Barbosa, 26 anos.
 
Segundo a jovem, o único ortopedista   escalado estava em  cirurgia, o que impossibilitou outros atendimentos. “Se é plantão e algo do tipo pode acontecer, por que não colocar mais médicos? É maldade com as pessoas”, reclamou.
 

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado