“É um momento muito difícil. Não pensava em fazer este anúncio hoje nem daqui a cinco anos”, comentou o ‘Romário das piscinas’, apelido que ganhou por freqüentar muitas festas e casas noturnas. “Meu objetivo sempre foi bater recordes e conseguir a auto-superação e atualmente eu não conseguia me dedicar como era necessário. Paro no auge depois de 2005”, completou o nadador, que ficou com o quinto lugar nos 50m borboleta no Mundial de 2005, no Canadá, conquistando inclusive o atual recorde brasileiro, com 23s55.
Embora esteja a apenas quatro meses do Rio-07, o nadador preferiu participar do próximo Pan como expectador. “Seria um sonho participar dos Jogos, mas vou estar lá torcendo. Não poderia dar medalhas para os brasileiros sem estar no meu auge físico”, explicou.
Um dos ídolos do esporte no Brasil, ele começa agora, ao lado da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) um trabalho semelhante ao do companheiro Gustavo Borges, difundindo e incentivando a natação e participando de trabalhos com crianças.
Logo aos 19 anos, Xuxa chamou atenção ao ficar com o ouro nos 100m livre do Mundial de piscina curta, em 1993. Seu primeiro ouro veio dois anos depois. Além de sair vitorioso dos 50m livre, sua especialidade, no Pan de Mar del Plata, o nadador ainda conseguiu o triunfo nos 100m no Mundial de piscina curta.
Em sua primeira Olimpíada, em Atlanta-96, Xuxa trouxe na bagagem a medalha de bronze nos 50m livres. Dois anos depois, no auge de sua carreira, quebrou o recorde mundial no revezamento 4x100m livre em piscina curta ao cravar a marca de 3min10s45 ao lado de Gustavo Borges, Carlos Jayme e Alexandre Massura. A marca durou dois anos como melhor do mundo, sendo superada apenas em 2000 pelos suecos Frolander, Nystrand, Nystrom e Ohlin (com 3min09s57, atual recorde mundial). De quebra, foi eleito melhor nadador do mundo pela Federação Internacional.
Em seu segundo Pan, desta vez em Winnipeg-99, Xuxa se tornou o recordista de medalhas de ouro em uma única edição dos Jogos, trazendo do Canadá quatro primeiros lugares (100m livre, 50m livre, 4×100 medley e 4×100 livre) dos sete que os brasileiros conquistaram no país da América do Norte. Já sua segunda medalha olímpica veio em 2000, em Sydney, com o bronze nos 4x100m livre.
Em 2004, ficou fora da final dos 50m livre em Atenas, nas Olimpíadas que não renderam nenhum pódio ao Brasil. Seus últimos ouros para o Brasil vieram no Pan-americano de Santo Domingo-2003, na República Dominicana, onde conquistou a dourada nos 50m livre e novamente no revezamento 4x100m livre.
Confira os recordes de Fernando Scherer que ainda não foram superados:
Sul-americanos em piscina de 50 metros
50m livre (1998) – 22s18
4x100m livre (1998) – 3min17s18
50m borboleta (2005) – 23s55
Sul-americano em piscina curta (25m)
4x100m livre (1998) – 3m10s45
Brasileiro em piscina curta (25m)
4x50m Medley (1995) – 1min40s31
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