Carros estacionados em locais sinalizados com placas de proibição, sobre calçadas, em gramados ou impedindo a passagem de outros veículos e pedestres. Esses são alguns exemplos de infrações por estacionamento irregular que vêm crescendo no Distrito Federal. De acordo com o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), de janeiro a setembro de 2025, foram registradas 165.424 infrações desse tipo. No mesmo período de 2024, foram 123.503. O número acumulado até agora em 2025 quase iguala o total registrado ao longo de todo o ano passado, que somou 167.392 infrações.
Segundo o Detran-DF, as infrações de estacionamento irregular estão previstas nos 20 incisos do artigo 181 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e as penalidades variam conforme a gravidade da infração. O coordenador de Policiamento e Fiscalização da Região Metropolitana, Gustavo Cattini, destacou que três forças atuam de forma integrada na fiscalização: o próprio Detran, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).
Ele afirma que a maioria das autuações ocorre em locais com sinalização clara de proibição. “Grande parte dos casos é de carros que estacionam onde há placa de proibido parar e estacionar, ou simplesmente onde é proibido estacionar”, explicou. Segundo ele, o aumento no número de infrações está diretamente relacionado à intensificação das fiscalizações em diversas áreas do DF. “Nós intensificamos as ações para tentar dar mais mobilidade para as cidades, principalmente na área central de Brasília”, afirmou. O objetivo é reduzir engarrafamentos e retenções nas vias. “Coisas assim dificultam a vida da população de forma geral. Nós estamos visando à mobilidade, para que as pessoas consigam chegar com segurança até suas casas.”
As regiões com maior incidência de estacionamento irregular, segundo Gustavo, são o Setor Hospitalar Norte, Setor Hospitalar Sul, Setor Comercial Sul e os setores de Autarquias Norte e Sul. “Principalmente o Sul, e também a área atrás dos anexos dos ministérios, onde frequentemente constatamos esse tipo de infração”, apontou.
Como possível solução, ele sugere que os condutores busquem alternativas para acessar regiões mais movimentadas, como o uso do transporte público, carona solidária, bicicletas ou mesmo estacionar em locais mais afastados. “A pessoa pode vir de carro de Planaltina, por exemplo, parar em uma área mais tranquila e seguir de bicicleta até o trabalho. Essa integração entre modais seria uma boa alternativa”, defendeu.
Gustavo descreveu que as autuações por estacionamento irregular variam de acordo com a gravidade da infração. As mais comuns são médias e graves – como estacionar em local com placa de “proibido estacionar” (média) ou “proibido parar e estacionar” (grave). Já ocupar vagas reservadas para idosos ou pessoas com deficiência é considerado infração gravíssima. As penalidades vão de três a sete pontos na carteira, com multas que variam entre R$ 88 e R$ 293, dependendo do caso. O diretor fez um alerta para situações que, além da infração de trânsito, configuram depredação do patrimônio público. “Alguns condutores passam por cima da calçada e estacionam no gramado. Brasília é uma cidade tombada, com muitas áreas verdes”, reforçou.
Além da fiscalização, o Detran aposta em ações educativas para conscientizar os motoristas. Painéis de mensagens variáveis (PMVs) são instalados em pontos críticos com avisos sobre a proibição de estacionar e a presença de fiscalização. “Usamos esses painéis como ferramenta de educação, pedindo para que os motoristas respeitem as regras”, explicou. O órgão também realiza campanhas educativas ao longo do ano, com blitze voltadas à orientação dos condutores sobre comportamentos corretos no trânsito, incluindo o respeito às vagas especiais e o uso do celular ao volante.
