O Sindeventos e o Brasilia e Região Convention & Visitors Bureau, duas entidades fomentadoras do turismo da capital federal, protocolaram nesta semana um questionamento ao Detran e à Secretaria de Segurança Pública sobre a intenção dos órgãos em alterar o fluxo da via do Setor de Clubes Sul, trecho II, que foi planejada em reunião fechada na semana passada pelos órgãos governamentais.
Ocorre que na região está situada o CICB (Centro Internacional de Convenções do Brasil), que, com mais de 65 mil metros quadrados de área construída é o maior Centro de Convenções da América do Sul, mas que terá sua entrada principal inviabilizada pela mudança prevista pelo Detran-DF.
O curioso é que o empreendimento é um dos poucos da região a ter um RIT (Relatório de Impacto de Trânsito), mas que poderá ser afetado, com base no planejamento atual, pelo órgão de trânsito sem o uso de um novo RIT.
Segundo o ofício enviado pelo Sindeventos no dia 24 deste mês, o turismo de negócios da capital federal movimenta mais de R$ 18 bilhões anuais, representando mais de R$ 4 bilhões de impostos, apenas para o Governo do Distrito Federal.
“Podemos afirmar que este resultado, em grande parte, deve-se ao trabalho do CICB, hoje o maior Centro de Convenções e Congressos da América do Sul, com capacidade de 20 mil pessoas acomodadas”, escreveu a entidade ligada à Fecomércio-DF (Federação do Comércio).
Já o Brasilia e Região Convention & Visitors Bureau, responsável no Distrito Federal por auxiliar empresários na captação de eventos nacionais e internacionais, afirmou que “uma eventual mudança de acesso a entrada principal do CICB, causará prejuízo” ao turismo de Brasília.
“Pedimos que os responsáveis pelas análises e os estudos ora em curso, entendam e tenham a sensibilidade e consideração necessárias, pois o CICB é fundamental para o desenvolvimento do turismo de negócios de Brasília”, esclarece em nota.
Informações obtidas pela reportagem apontam que a área de engenharia do Detran não foi consultada sobre essa mudança.
Questionado oficialmente, o Detran-DF negou ter conhecimento dessa alteração, além de não comentar sobre o impacto econômico que as alterações poderão causar na região.