Brasília foi palco de emoção e orgulho na quarta-feira (24), durante a cerimônia regional de premiação da 19ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Realizado no Auditório da Academia de Bombeiros Militares, no Setor Policial Sul, o evento reuniu estudantes, professores, familiares e representantes das escolas para a entrega de medalhas e prêmios nacionais.
Aprendizado e inclusão
Claudimary Pires, gestora da Subsecretaria de Educação Básica da Secretaria de Educação, destacou o impacto da participação na OBMEP. “As olimpíadas ajudam a trazer o conhecimento para a prática social, tornando o aprendizado mais significativo. Os estudantes percebem como podem aplicar a matemática no dia a dia”, afirmou.
Além de premiar os alunos, a OBMEP reconhece professores e escolas que incentivam o estudo da matemática. No Distrito Federal, 18 docentes e 17 escolas públicas receberam homenagens, reforçando o valor da prática docente e o fortalecimento das unidades escolares.
Desempenho do DF na competição
Em 2024, o Distrito Federal se destacou nacionalmente, conquistando 22 medalhas de ouro, 80 de prata, 171 de bronze e 864 menções honrosas. A competição é destinada a estudantes do ensino fundamental e médio, divididos em três níveis, e avalia conhecimentos por meio de provas objetivas e discursivas.
A ex-aluna do Centro de Ensino Fundamental Athos Bulcão (Cefab), Juliana Dantas, de 15 anos, compartilhou sua trajetória de superação. “Quando comecei, não sabia muita coisa de matemática. Hoje, ao receber a medalha de prata nacional, sinto que evoluí muito e que posso chegar ainda mais longe”, disse a estudante, que pretende cursar engenharia. Sua mãe, Tatiana Oliveira, celebrou a dedicação da filha: “É um orgulho muito grande ver uma adolescente se dedicar aos estudos, conquistar medalhas e seguir focada. Tenho certeza de que tudo isso está pavimentando um futuro brilhante”.
Bolsas de estudo e oportunidades
O coordenador do Programa de Iniciação Científica (PIC) e professor da Universidade de Brasília (UnB), Luis Lucinger, explicou que os medalhistas nacionais recebem oportunidade de aprofundar conhecimentos no PIC, com bolsa mensal de R$ 300 durante 12 meses. “O medalhista nacional conquista o direito de participar do PIC na UnB, em que os estudantes aprofundam os temas”, afirmou.
Amanda Líride, do 9º ano do CEF 07, destacou como o programa transformou sua relação com a matemática. “No PIC, a gente aprofunda conteúdos que nunca vimos na sala de aula, como geometria euclidiana, divisibilidade e probabilidade. O mais importante é que não se trata de decorar fórmulas, mas de criar raciocínios e até desenvolver nossas próprias formas de resolver problemas”, contou.
O programa também oferece oportunidades como o Encontro do Hotel de Hilbert, que reúne medalhistas de todo o país em atividades matemáticas intensas, com hospedagem, alimentação e transporte custeados. Além disso, algumas universidades, como Unicamp, USP, Unesp e Impa/RJ, oferecem ingresso facilitado para medalhistas, e a expectativa é que a UnB siga o mesmo caminho.
Parceria institucional
Criada em 2005, a OBMEP é organizada pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), e busca identificar talentos, estimular o estudo da matemática e promover inclusão social.
Matheus Bernardini, coordenador da OBMEP no DF, destacou que a cerimônia deste ano teve recorde de engajamento. “Foi uma das edições com a maior participação dos últimos anos”, afirmou, ressaltando que o sucesso da olimpíada só é possível graças à parceria com a Secretaria de Educação, que garante a organização e execução de todas as etapas.
Com informações da Secretaria de Educação