Tatiane Alves
Especial para o Jornal de Brasília
Servidores da saúde paralisaram seus trabalhos na manhã de ontem para reclamar por atrasos no recebimento das horas extras. Os protestos aconteceram no Hospital de Base e no Hospital Regional de Sobradinho.
De acordo com o grupo, médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares estão sem receber o adicional há dois meses. O prazo para pagamento de horas extras é de 60 dias. As referentes aos meses de maio e junho estão atrasadas. As de julho e agosto ainda não podem ser consideradas em atraso por causa do prazo.
Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF (Sindate-DF), Jorge Vianna, sem as horas extras oferecidas pelos servidores, a Secretaria de Saúde deverá ter a capacidade de atendimento reduzida em vários setores como salas de traumas, emergências, unidades de terapias intensivas (UTIs), unidades de pronto atendimentos (UPAs), além do serviço de traslado e resgate do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
A secretaria confirmou o caso e informou, em nota, que, para resolver a situação, aguarda liberação de suplementação de verba para pagamento. A pasta esclarece também que o atendimento nas unidades será mantido pelos profissionais com a carga horária contratual, que não pode deixar de ser cumprida.
Tatiane Araújo é auxiliar de laboratório do Hospital de Sobradinho e afirma que, desde maio, não recebe os adicionais. “Nesta unidade, vários setores serão afetados. Não há condições de trabalhar com o efetivo reduzido. A consequência será leitos fechados e enfermarias desativadas”, comenta.
De acordo com a Saúde, o atraso do pagamento de 3 mil servidores é referente ao mês de maio e que a quitação é realizada 60 dias após a efetiva prestação do serviço. O montante devido chega a R$ 15 milhões. Esse valor, segundo a secretaria, será depositado assim que a pasta receber suplementação orçamentária, o que deve ocorrer nos próximos dias. Apesar de os servidores afirmarem que estão desde maio sem receber as horas-extras, a pasta afirma que somente o mês de maio está em atraso.