Entre o legado deixado pela Copa do Mundo no Brasil estão obras como os estádios e os aeroportos. Porém, alguns dos responsáveis por essa mudança, em vez de prosperarem, estão tendo prejuízo com o investimento. É o caso de empreiteiras que participaram da reforma do Aeroporto Juscelino Kubitschek. O consórcio Inframérica, responsável pela administração do terminal, ainda não teria feito os pagamentos aos prestadores de serviços terceirizados. De acordo com um dos empresários, o atraso atinge ao menos cinco empresas e o valor ultrapassa R$ 5 milhões.
Dono da empreiteira Dias Menho Construção e Reformas Ltda., o empresário Glauco Dias, 40 anos, explica que foi chamado pela Helfix, empresa ligada à Inframérica. Ele foi contratado para construir os sanitários, fraldários, o setor de embarque internacional, futuras instalações da Polícia Federal no térreo e a sala de raios X, entre outros.
“Foram três contratos: um dia 30 de dezembro do ano passado, e outros dois nos dias 22 de abril e 19 de maio deste ano. Somados, eles chegavam a R$ 1,4 milhão”, detalha o empresário.
Vencimento
Dias conta que o contrato se encerrou no dia 5 de junho, e, após emitir as notas, as empresas tinham até um mês para receber o dinheiro, o que não ocorreu. “Durante o processo da construção, a Inframérica arcou com o que solicitávamos. Se precisávamos de um prego, eles compravam. Mas com o nosso pagamento não foi a mesma coisa”, diz. Ainda segundo Glauco, os únicos pagamentos que a sua empresa recebeu foram nos dias 15 de agosto e 12 de novembro, os dois no valor de R$ 50 mil.
Enquanto isso, as dívidas se acumularam. “Com a grande demanda de trabalho no aeroporto, tivemos de parar outras obras. Apostamos tudo nesse projeto e, em vez de ter lucro, estamos tendo prejuízos”, lamenta. Outra consequência foi a redução do quadro de pessoal. “Já demitimos 16 funcionários e possivelmente teremos que demitir mais”, completa.
Envolvidos esclarecem situação
Segundo o empresário Glauco Dias, a justificativa dada para a demora no pagamento foi de que a Inframérica estaria esperando um recurso do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e que sem ele, o pagamento não seria possível.
Já a Inframérica informou que está acompanhando a negociação entre o consórcio construtor Helvix e as empresas fornecedoras, para o pagamento do saldo remanescente. O cronograma de pagamento estaria sendo negociado individualmente com as empresas.
Já a Helvix respondeu que o saldo remanescente já começou a ser pago e a empresa está negociando com os fornecedores. A empresa disse que o saldo deverá ser resolvido em breve, uma vez que os recursos estão garantidos.