Larissa Galli
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Elas cantam da bossa nova ao samba. Elas cantam João Gilberto, Noel Rosa, Chico Buarque, entre outros. Elas cantam em homenagem aos ritmos brasileiros. Elas cantam em homenagem às mulheres. Elza Soares, Mariene de Castro, Zélia Duncan e Wanda Sá. Diferentes gerações de mulheres da música se encontram no palco do Centro de Convenções Ulysses Guimarães amanhã.
Parafraseando João Nogueira em Minha Missão, que diz “do poder da criação/ sou continuação/ e quero agradecer/ foi ouvida minha súplica/ mensageira sou da música”, a baiana Mariene de Castro conta que o projeto serve para “rememorar e manter viva a chama da história da música brasileira. Cantar sambas e bossas é o lado bom da vida do brasileiro nos tempos de hoje”.
Ano que vem, comemoram-se os 60 anos da bossa nova, ritmo brasileiro que encantou o mundo e marcou um momento especial do Brasil e da música brasileira. “Está em nosso DNA, na memória emotiva do povo. A música também constrói uma nação, nos leva a emoções, lembranças, sentimentos e nos conta nossa própria história”, reforça Mariene. “São dois segmentos da nossa música que são reconhecidos mundialmente como parte da nossa cultura brasileira”, acrescenta Wanda Sá.
Segundo Mariene de Castro, a bossa resiste nos dias de hoje em artistas como Caetano, Gal, Gil, a própria Wanda, Leila Pinheiro, Rosa Passos, Danilo Caymmi, Chico Buarque, Miucha, Nana Caymmi e João Gilberto. Este último, inclusive, é o cantor que a artista diz mais gostar de interpretar no show de amanhã. Para ela, a música preferida de toda a apresentação é Falsa Baiana, de João Gilberto. “Me acompanha há muito tempo”, explica.
Além das homenagens
“É uma grande responsabilidade, já que são ritmos que nos representam tanto aqui como fora do Brasil”, destaca Wanda Sá. Para Mariene de Castro, o show representa a resistência das mulheres na música. “O samba é a mãe da música brasileira. Lava a alma da gente. Nós estamos juntas numa só voz. Desde Tia Ciata até hoje”, ressalta.
No mês em que se comemoram 11 anos da Lei Maria da Penha, as cantoras, mulheres fortes com histórias marcantes dentro da música, prestam homenagem, também, à data histórica. “Celebrar essa data é lembrar de tantas mulheres que morrem todos os dias, é lembrar tantas outras que sobreviveram, e tantas que lutam pela sua integridade física e emocional”, salienta Mariene.
Como artista, ela garante que a dor dessas mulheres dói também nela. “Vou falar, cantar e lutar o quanto for preciso por esta e por toda e qualquer causa que diga respeito aos direitos humanos”, finaliza.
Serviço
Elas Cantam da Bossa Nova ao Samba
- Amanhã, a partir das 21h30. No Centro de Convenções Ulysses Guimarães (Eixo Monumental). Ingressos: Poltrona superior – R$ 60. Poltrona B – R$ 80. Poltrona A – R$ 100. Poltrona lateral – R$ 130. Poltrona Gold – R$ 160. Poltrona VIP Gold – R$ 250. Doadores de 1kg de alimento imperecível têm direito à meia-entrada. Informações: 3554-4005 ou 98141-1990. Não recomendado para menores de 12 anos.