Primeiro, duas boas notícias: o número de casos prováveis de dengue diminuíram 59,4% no Distrito Federal e o índice de infestação do mosquito Aedes aegypti está em patamar considerado satisfatório, de acordo com um levantamento realizado pela Secretaria de Saúde em 26.029 imóveis nas 35 Regiões Administrativas do DF durante o mês de agosto. É necessário, porém, fazer uma convocação: “O período com maior intensidade de chuvas está prestes a começar e o engajamento de toda a sociedade é fundamental para garantirmos esses números seguros. É preciso começar a agir agora”, alerta a secretária de saúde, Lucilene Florêncio.

A razão é simples: o fato de haver baixo índice de infestação do mosquito está longe de garantir uma segurança para o período chuvoso. “Um ovo do mosquito Aedes aegypti pode passar até 400 dias em um local seco. Ao primeiro contato com a água, em até três horas, acontece o nascimento da larva. Daí, de sete a dez dias, dependendo da temperatura, já sai um mosquito pronto para picar as pessoas”, explica o gerente de Vigilância de Vetores e Animais Peçonhentos e Ações de Campo da SES-DF, Edi Xavier de Faria.
Neste momento, no quintal de casas ou mesmo em apartamentos, pneus, sucatas e qualquer tipo de material capaz de acumular água podem estar cheios de ovos microscópicos, invisíveis a olho nu, e se tornarem focos do mosquito daqui a poucas semanas. “Vamos tirar de dentro dos imóveis tudo o que não pode ser mais usado. Só serve para juntar água e criar mosquito? Então junta e joga fora!”, Faria dá a dica.

É por conta disso que, apesar de os números da dengue estarem em baixa, diariamente 685 agentes de Vigilância Ambiental em Saúde da SES-DF fazem ações em imóveis de todo o DF. Atualmente, o trabalho tem se concentrado em espaços como borracharias, ferros velhos, oficinas mecânicas e locais onde haja lixo entulhado.
Atenção com as plantas
Outro ponto fundamental para a população ficar atenta é com os recipientes utilizados para plantas em casas ou apartamentos, seja em varandas, jardins ou mesmo em espaços fechados. O Lago Norte é a Região Administrativa que melhor demonstra essa situação: mesmo com o período da seca, a situação de infestação pelo Aedes aegypti foi classificada como de alerta pelo local, com larvas do mosquito tendo sido encontradas em cerca de 2,08% das residências visitadas.
A maioria desses focos estavam em vasos e frascos com água, pratos, pingadeiras e pequenas fontes ornamentais, além de bebedouros e recipientes de degelo de refrigeradores. “Estamos na seca, mas esses pontos têm acúmulo de água por conta da ação humana”, explica o gerente.
Outra Região Administrativa classificada como em situação de alerta foi Arapoanga, com 1,15% das residências tendo apresentado larvas do mosquito. O mesmo tipo de recipiente se destacou na hora de localizar as larvas.