Na próxima sexta-feira, dia 18, Brasília sediará mais uma partida da Copa América, em que a seleção da Argentina enfrentará a do Uruguai. Até o momento, segundo informou o Ministério da Saúde, já foram registrados 53 casos de infecção por covid-19 entre jogadores e prestadores de serviços envolvidos na competição que estão no Brasil.
Aqui no DF, foram 12 testes positivos da delegação da Venezuela e um da equipe da Conmebol. Os contatos próximos do hotel foram testados e todos negativos. Os 13 permanecem isolados durante o período de 10 dias após o teste positivo. Outras 10 pessoas contratadas para trabalharem no dia do jogo também apresentaram teste positivo antes do dia do jogo e foram dispensadas para iniciarem o isolamento.
A seleção venezuelana jogou em Brasília no dia 13 de junho, contra o Brasil. O Distrito Federal, que no momento encontra-se em estabilidade em relação à taxa de transmissão do coronavírus, busca, por meio de medidas sanitárias, evitar o aumento de casos na cidade, assim como a entrada no DF de novas variantes.
“Todos os protocolos de Vigilância Epidemiológica e Sanitária seguirão no DF, que tem, por meio das equipes da SVS, realizado as inspeções nos hotéis, nos estádios de treinos e dos jogos, durante toda a partida – como a fiscalização da alimentação servida no estádio, dos equipamentos de segurança e das ambulâncias para atendimento médico -, além do recebimento das informações sobre todas as testagens realizadas pela empresa contratada pela Conmebol”, informou a Secretaria de Saúde por meio de nota.
O presidente da Comissão de Esportes da Câmara dos Deputados, deputado Felipe Carreras (PSB-PE), destacou a atitude correta de isolar as pessoas que chegaram contaminadas ao Brasil, mas lembrou: “me preocupa muito mais o controle das fronteiras. Quantas centenas ou milhares de estrangeiros estão entrando por dia? Essa, sim, é a grande preocupação”.
Indagado quais os benéficos que o Brasil terá em sediar a Copa América, o presidente da Comissão de Esporte disse que sob o ponto de vista esportivo, há um ganho em realizar no país a maior competição de seleções da América do Sul. Carrera rebate o argumento de que realizar a Copa no Brasil não tem diferença em relação ao Brasileirão e a Libertadores. “O paralelo com o Brasileirão não pode ser feito. É um erro. Com a Sul-americana e a Libertadores há alguma similaridade. A maior diferença da Copa América são os atletas que atuam em outros continentes. Mas seguindo os protocolos de testagem não vejo problemas”, explicou o parlamentar, lembrando que o esporte não deve ser politizado.
O epidemiologista da Universidade de Brasília, Mauro Sanchez, também acredita que a Copa América não aumentará o problema sanitário já enfrentado pelo Distrito Federal. No entanto, ele se diz contrário a realização da Copa América na cidade pela questão do mal exemplo de sediar uma competição esportiva em plena pandemia. “O problema que vejo é o exemplo que foi dado”, criticou.