Os 31 transplantes de fígado realizados nos seis primeiros meses do ano colocaram o Distrito Federal no topo do ranking nacional, em menos de dois anos realizando esse tipo de cirurgia. Esse quantitativo corresponde a 24,1 procedimentos por milhão de habitantes, segundo levantamento da Associação Brasileira de Transplante de Órgão (ABTO) relativo ao primeiro semestre deste ano.
O primeiro transplante de fígado foi realizado no dia 13 de janeiro de 2012, ano que somou 39 intervenções desse tipo, colocando o DF em terceiro lugar no ranking nacional, empatado com Pernambuco. As duas unidades da federação realizaram 15,2 procedimentos por milhão de habitantes (pmp), atrás de Santa Catarina, com 17, e Ceará, com 18,9 pmp, respectivamente.
No ano passado, o Distrito Federal já tinha subido para a segunda posição no ranking nacional. Com 53 transplantes e uma média de 20,6 transplantes por milhão de habitante, o DF só ficava atrás do Ceará, cuja média foi de 23 procedimentos por milhão de habitantes.
O retorno do capital à realização de transplantes hepáticos foi possível graças a um acordo com o Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF), onde são realizadas as intervenções.
LUTA VENCIDA – Com nome de uma das mais famosas batalhas da história, Waterloo Santos venceu sua luta pessoal pela vida no dia 30 de janeiro de 2012, quando recebeu um fígado novo, aos 62 anos. Nessa data, Waterloo passou a fazer parte da história dos transplantes no DF, como a primeira pessoa a ser submetida a um transplante hepático no SUS.
Funcionário do Hospital da Criança de Brasília, Waterloo descobriu por acaso que tinha problema hepático, quando foi fazer um check-up geral no Hospital das Forças Armadas. Na época, detectaram a existência de um nódulo no fígado, consequência de uma hepatite.
Como não havia transplantes no DF na época, Waterloo ficou cerca de quatro meses na fila para São Paulo e preferiu esperara por um doador falecido, já que com a medicação tinha estabilizado o nódulo. Quando ficou sabendo que tinham encontrado um doador e que a intervenção seria em Brasília, sua alegria foi em dobro.
“Tive duas felicidades, uma por ter conseguido o transplante, e a outra de poder estar em casa, acompanhado pelos familiares”, contou.
Ele faz um chamado à população para que informem seus familiares que querem ser doadores. “Quando a gente passa por isso é que vê a necessidade”, concluiu.