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Brasília

DF: Fumaça começa a ser dispersada do céu, e qualidade do ar fica em moderada nesta terça-feira (27)

Mudança na circulação dos ventos está permitindo que névoa desapareça do céu de Brasília

Carolina Freitas

28/08/2024 0h14

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Depois de dois dias com a qualidade do ar sendo classificadas como ruim e péssima, hoje a estação automática, na Fercal, do Brasília Ambiental (Ibram) apontou uma melhora significativa. O Índice de Qualidade do Ar (IQA) durante esta terça-feira (27) foi classificado como moderado. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) continuam indicando uma mudança na circulação dos ventos na região central do Brasil que está permitindo a dispersão da fumaça que encobriu o céu de Brasília desde o último domingo (25).

A previsão do Ibram e do Inmet é que a qualidade do ar se normalize a partir de amanhã. “Conforme esperávamos o vento está levando a névoa de poluição na direção leste agora, e seguimos constatando a melhora significativa na qualidade do ar aqui do Distrito Federal. Mas, seguimos nos preparando, conforme a comissão criada pelo nosso governador Ibaneis Rocha e nossa vice-governadora, Celina Leão, para nos anteciparmos a outras situações semelhantes”, destacou o presidente do Ibram, Rôney Nemer.

Na segunda-feira (26), o Governo do Distrito Federal (GDF) instituiu um Grupo de Trabalho para elaborar um plano de ação para eventos críticos de qualidade do ar. Composto por 17 órgãos e sob coordenação do Ibram, o grupo terá como responsabilidade propor ações de ampliação e modernização da rede de monitoramento da qualidade de ar do DF. A comissão terá um prazo de 90 dias para a elaboração das propostas.

A cortina de fumaça nunca tinha sido vista em Brasília, e é oriunda de incêndios que estão ocorrendo em outras regiões do país. Por conta da névoa, os brasilienses sentem, desde domingo (25), dificuldades para respirar, e consequentemente buscam mais atendimentos médicos por problemas respiratórios. O Jornal de Brasília foi à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Gama e ao hospital Santa Lúcia da mesma região e constatou o aumento de pacientes com sintomas respiratórios.

Conforme dados do Santa Lúcia do Gama, apenas na segunda-feira (26) ocorreram 58 atendimentos relacionados a sintomas respiratórios. Diariamente, o hospital recebe 40 pacientes com esse problema, ou seja, houve um aumento de 17 casos. O empresário Marcelo Souto, 41 anos, lembrou ao JBr que buscou atendimento para o filho João Pedro de oito anos na pediatria da unidade no dia da alta procura, e conseguiu atendimento para a criança apenas hoje pela manhã.

“Hoje cedo eu trouxe meu filho por conta de problema respiratório, inclusive na segunda-feira a noite já tínhamos trago ele mas não conseguimos atendimento porque estava muito cheio. Eu cheguei até a ir em outro hospital e também não conseguimos atendimento. Então decidimos trazer hoje pela manhã e conseguimos atendimento. A pediatra estava superlotada por conta de problemas respiratórios. Ele já tem problema alérgico, então o clima e a fumaça somente agravaram”, disse Souto.

No hospital Santa Lúcia da Asa Sul também houve aumento no número de atendimentos relacionados a problemas respiratórios. Em média, são atendidos na unidade seis pacientes por dia com quadro associado à asma ou alergias de trato respiratório. Mas desde o final de semana ocorreu um salto. No domingo (25), 69 pacientes foram atendidos com problemas respiratórios, sendo apenas 12 por quadros de asma ou alergia respiratória. Já na segunda-feira (26), o número mais que dobrou, houve 141 atendimentos, e destes 26 foram por asma e alergia.

A clínica OtorrinoDF também sentiu o aumento de pacientes com problemas respiratórios por conta da fumaça. Conforme dados disponibilizados ao JBr, 70% da demanda da clínica é por problemas respiratórios, e apenas no domingo (25) houve um aumento de 40% nos atendimentos a pessoas com sintomas respiratórios decorrentes da névoa. Já na segunda-feira (26) e terça-feira (27) o aumento foi de 20%. Em relação à demanda na rede pública, a Secretaria de Saúde (SES-DF) informou que não houve aumento para atendimentos relacionados a doenças respiratórias.

A SES-DF disse ainda que está monitorando a situação e emite alertas sempre que houver riscos elevados à saúde devido a incêndios e à fumaça. A reportagem, o açougueiro Gleyde de Sousa, 39 anos, contou que a sua esposa, Maria da Conceição, 42 anos, está internada na UPA do Gama com dor no peito e falta de ar e que ambos acreditam que foi decorrente da fumaça. “No sábado a minha esposa já começou a reclamar do tempo. Ela estava se sentindo sufocada, com dor no peito e falta de ar. Ela nunca teve problemas respiratórios, foi a primeira vez. O atendimento demorou muito, chegamos 12h e ela foi atendida três horas da manhã. Tinha até uma outra senhora com o mesmo problema da minha esposa”, disse.

Dicas dos Drs. Arthur Seabra, coordenador médico de emergência do Hospital Santa Lúcia Sul, da Asa Sul, e Stênio Ponte, diretor da clínica OtorrinoDF

Realizar atividades físicas em horários de baixa incidência solar. Evitar atividades de alta intensidade.

Hidratar-se com frequência ao longo do dia.

Evitar contato direto com fumaça.

Realizar lavagem nasal com solução salina a 0,9% pelo menos 2x ao dia.

Utilizar difusor de ar quando possível para melhorar a umidade do ar.

Em casos de desconforto respiratório como chiado no peito, dor ao respirar, respiração ofegante ou dificultada, procurar unidade hospitalar para avaliação profissional.

Pessoas com problemas respiratórios, crianças e idosos devem evitar de qualquer forma a exposição à fumaça e usar máscara.

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